Transfigurada
Com meu nariz de palhaço
confesso, tentei dormir...
Mas flutuei pelo espaço
tentando me distrair...
Não deu eu não consegui
fugir da realidade...
Agoniada eu gemi...
Sufoco faz com que eu brade...
Perdoem se veleidade
essa dor irrequieta.
Embora seja vaidade
versar me põe quase asceta.
É canto que me acalenta...
É ópio que me alucina.
É bênção que me apascenta...
Colo de mãe que me nina.
Então volto a ser menina
sem medo de algum futuro.
Esquivo-me da rapina
em anjo me transfiguro.