Transfigurada

Com meu nariz de palhaço

confesso, tentei dormir...

Mas flutuei pelo espaço

tentando me distrair...

Não deu eu não consegui

fugir da realidade...

Agoniada eu gemi...

Sufoco faz com que eu brade...

Perdoem se veleidade

essa dor irrequieta.

Embora seja vaidade

versar me põe quase asceta.

É canto que me acalenta...

É ópio que me alucina.

É bênção que me apascenta...

Colo de mãe que me nina.

Então volto a ser menina

sem medo de algum futuro.

Esquivo-me da rapina

em anjo me transfiguro.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 25/02/2018
Código do texto: T6263975
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