POEMA - NAU

A nau que tripulo há séculos,

por esses oceanos incultos,

por essas paragens ocultas,

não é a do porto vulgar,

que, desgarrada,

procura as coisas comuns.

Não!

Àquela busca na mutação do tempo

e não deixa de indicar

um abrigo modificado,

um abrigo que abrigue,

naus e nautas da tempestade.

Desesperançada de um dia

alcançar o seu cais,

continua só,

na amplidão imaginada

do seu sonho sem fim.

ZILMAR PIRES

Zilmar Pires
Enviado por Zilmar Pires em 24/02/2018
Reeditado em 16/08/2018
Código do texto: T6263281
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