(Dis)Ritmia

Rasga o corte

Sangra e pulsa

Verte vida

Da morta viva.

Descompassa

Confronta

O que é enganoso

Na solidão

Que é quase tangente

A tua presença

É tão constante

À cada segundo

No | não | de mim.

Na respiração

Que quase falta

Que quase grita

Que muito cala

Que tanto ama

Que tudo explica

Que nada cabe

Aperto e laço

Abraço

Do teu Eu em mim.

Abraça-me .. Abraça-me..

E eu conto estrelas

E a mesma lua

No céu dos loucos

Do amor de ti.

Me amas.. Me amas ..

Na minha ínfima condição

De ser tão complexa

De ser tão confusa

De estar.. e apenas mal estar.

Não sou nada.

Tu és.

Defina-me.. Mata-me.. Engula-me...

Para que eu renasça

Todos os dias

Em tua compaixão

No teu abraço – porto

Perdão

Flor em botão – eu

Na palma da tua terna e justa mão.

.. Verte vida.. Ocupa-me..

Os recantos que choram

Nesta solidão ocupada

Onde tu cabes

Nos instantes

De cada segundo.

Que grita

Que pulsa

Que sangra

Que cala

Tu explicas.

Quero caber

No laço..

Da festa da volta

Do teu amoroso

Abraço.

.. Lava-me.. Leva-me..

Karla Mello

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 23/02/2018
Reeditado em 23/02/2018
Código do texto: T6262426
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.