(Dis)Ritmia
Rasga o corte
Sangra e pulsa
Verte vida
Da morta viva.
Descompassa
Confronta
O que é enganoso
Na solidão
Que é quase tangente
A tua presença
É tão constante
À cada segundo
No | não | de mim.
Na respiração
Que quase falta
Que quase grita
Que muito cala
Que tanto ama
Que tudo explica
Que nada cabe
Aperto e laço
Abraço
Do teu Eu em mim.
Abraça-me .. Abraça-me..
E eu conto estrelas
E a mesma lua
No céu dos loucos
Do amor de ti.
Me amas.. Me amas ..
Na minha ínfima condição
De ser tão complexa
De ser tão confusa
De estar.. e apenas mal estar.
Não sou nada.
Tu és.
Defina-me.. Mata-me.. Engula-me...
Para que eu renasça
Todos os dias
Em tua compaixão
No teu abraço – porto
Perdão
Flor em botão – eu
Na palma da tua terna e justa mão.
.. Verte vida.. Ocupa-me..
Os recantos que choram
Nesta solidão ocupada
Onde tu cabes
Nos instantes
De cada segundo.
Que grita
Que pulsa
Que sangra
Que cala
Tu explicas.
Quero caber
No laço..
Da festa da volta
Do teu amoroso
Abraço.
.. Lava-me.. Leva-me..
Karla Mello