Castigo dos Deuses
Um dia se descobre que, aqui, o que se faz, se paga.
E que não há palavra mais tocante e mais vaga
Que aquela que lhe foi, pela boca, propagada.
Os fonemas ecoando pelos morros e pelos ares,
Afogando as imperfeições nesses vastos belos mares
Que nada são além de fachada para meus tantos males.
E os escuto como a luz para o escuro.
Como se achado o que arduamente procuro
Nessa rede de dor, um escape, um furo.
E ainda assim lhe vejo como um deus.
Como se eu Afrodite, você Poseidon ou Zeus.
Eu tento, mas é impossível resistir aos encantos seus.