de música e de poesia 65
Sou toda orifícios,
sou toda poros.
Sou tapete de vime tirado de dedos treinados e vermelhos
nativos do Xingu.
Deixa-me respira
que minha silhueta
dá vida a Maria: o fogo no Mato Grosso
me provoca cólicas amnorréicas.
Então eu novamente a subir as escadas ardentes
que me levam à lua:
o elevador-foguete
transportando ao lar-hologrâmico
os que vão ao oitavo andar do
prédio inacabado: prisão a proteger quem reside
quem transgride
o deireito de não voltar.