Não
toque toque a poesia não vem
vem com calma entanto ruge
chama-se avidez no cimo homérico
um silvo exige-nos a lida galharda
a que denominamos encantamento e
revolve orlas sombreadas - já à frente
exposta relutância do raso
belicoso corisco anseio quiçá vertendo chama
o sol maior de Mozart não circundo
à destra do desvalido corte que não me vem
sangrar o impulso pulcro ativo e há
chusma de ventos onde tentas organizar
intentas sublevar-se em turba áspera
para atar-se em palavras fúlgidas
alentadas na gravidez da linfa que soa
mais - entanto vai-se tétrica fugitiva
desejá-la e traçar sob a
cumplicidade de duas carnes
uma visceral e outra airosa rara
resignado na peleja tomba a pena
insistência na justa a desoras quando
o dormente cambaleia à medida da perda
porque caminhas sôfrego pressuroso homem
reter tentas - já não podes
receias silente frente a frente tropeço
amiúde vencido sem a aragem trovejante
que careces de lâmina célere rubra e
argêntea na felina música cinérea
toque toque a poesia não vem
ressentimento da escrita vã ao poeta
soçobrado na recusa da ação
inspira o ser e fenece a noite
desista -
o verso esfumaça