O DESPERTAR do VAMPIRO
A planta dos meus pés tem os venenos mais cruéia
e todo rastro meu é uma cruz saindo fumaça
é uma luz subindo do chão que me revela
as passagens entre o trânsito embaralhado
nesta escuridão e tremores e iluminação leitosa
nas esquinas. Os mendigos estão rindo
sem dentes no teatro descontrolado, horríveis Apollos
os sinais do dia não surgem como estão atrasados
os ônibus abomináveis a cada minuto que despenca no caos.
Sim, estamos na chuva esperando e espancaremos todo aquele
que se embebedar em honra dos bacanais no Congresso
e amaldiçoaremos ao Rei e seus Ministros sempre que houver alguma ressurreição combinada
e então o galo castrado dos Sistemas lançará a carne contida num grito de horror
às terras cuja dor vira fumaça.
Por muito tempo a minha prisão
esteve profunda e escura
surgiam ilhas no fim de cada alucinação
mas as tempestades estrangulavam a terra da degradação e do desgosto
e tudo piorou e caiu, e já não ouvimos gritos
as paredes à prova de som
o seu desespero não revelará ao mundo
que dentro do parque de diversões
existe uma câmara de tortura.
Meus pés estão retalhados
pelos raios-martelo
vivo no exílio
a solidão anônima
tendo a noite por testemunha.
Durante séculos dormí o sono das gerações
e o meu corpo esteve praralisado
nas terras geladas sem manhã
agora despertei
quando meu calvário
foi sacudido e partiu.
a amaldição foi lançada
é hora da vingança
para o meu despertar indevido
naves infernais borbulharão o mar
e minha carne se reconstituirá das carnes
dos que tombaram durante as batalhas
os séculos que eu dormí serão descontados
em ação e mortes
e o meu cuspe deformará teu rosto