Poesias dos astros: Plutão e outro pequeno
Lua cheia de morte
Que gravita a solidão
Um planeta anão e sem sorte
Nem planeta você é mais, Plutão!!
As luzes do Sol
Que mal chegam no seu corpo escondido
Se fosse um ser humano
Seria um mendigo
Que a cada ano
Caminha com os passos de sua própria sombra
invisível
Carrega em suas costas
O desprezo dos vivos
Ao longe, Plutão é irreconhecível
Mal tem um genoma
O mais melancólico dos astros
Nas margens do sistema dourado
Sua visão é sempre um pôr no horizonte
Teme que o Sol o abandone
Sua tristeza cinza e distante
Plutão, não suma!! Não se deixe esquecer!!
Quero ter ver, mesmo apenas um monte
Do seu ''pequeno'' e miserável ser
O gigante Netuno
Azul gigante de bravura e força
A violência de sua beleza assusta
Atordoa
A sua grandeza é impenetrável
Inimaginavelmente intensa
Um oceano imergulhável
Suas tempestades imensas
De longe a sua miragem
Um céu profundamente lindo
Sem roteiro nem seres vivos, apenas as sensações do seu mundo estranho,
Em que eu me imagino, dentro das suas monções, sumindo, antes de sequer imaginar
Tritão, filho rebelde, adotado
Netuno, rei inclemente, implacável
Sol de fogo celeste
Família de gregos célebres
Gigante mediterrâneo
Tirreno tenebroso, dançando em sua simetria, que estrangula
Esmagando o castelo de Knossos
Creta é uma eterna agonia
A Sicília sequer uma ilha
Ciclopes em cima dos Andes, o sangue sequer coagula
Não há deus que afogue a sua loucura
Que pare essa guerra divina
Um estado fechado, constante de destruição
Um céu muito.. muito distante
Um paraíso de nuvens ferozes .. em eterna ebulição
Netuno,
Nobre grego de azul brilhante
Lhe deixo em seu reino
Eu aqui, em meu mirante
Admirando as estrelas, um elixir
Em meu instante ser inteiro.. de existir