______________MINHA ALMA BABILÔNIA
Minha alma, Babilônia,
estala na arquitetura da retina o cio da procura.
Desliza o veneno-marinheiro pela veia,
centelha a me conduzir.
Minha alma, Babilônia,
em seu curso impreciso
por não ser exata,
assim como toda alma humana,
complexa e bifurcada.
Minha alma, Babilônia,
enraizada, arquétipo
transcendendo a razão
mecânica das células.
Minha alma, Babilônia,
esforça-se por não ser apenas cio,
ramifica-se, imperfeita,
imersa no abismo que é o meu peito,
poço sem fundo,
de não sabê-lo, completamente,
perco o chão e crucifico em meu dorso
negras asas.
Minha alma, Babilônia,
infinita,
é um avesso sarcástico da carne
putrefata e transitória.
Ah! Minha alma, Babilônia!
Confusa? Nem tanto!
Subjetiva, múltipla e humana!