POEMA DA NOITE
Minhas mãos são engrenagens,
Meus dedos continuam a ranger,
Só me falta a liberdade,
E paz para viver
Como um pranto no silêncio,
No sussurro um forte frêmito,
Uma alma em agonia,
Uma triste poesia
Um sorriso sem açúcar
No telhado estava ela,
Uma fada, uma donzela, Desnuda
A chuva de prata,
Lentamente a matava
Em um banho de sangue quente
Em uma água amarga, deixando-a emergente
Suas mãos magras deslizavam
Sobre seu cabelo curto, negro,
E seus dedos desenhavam,
Lembranças de um triste passado em segredo
E nas estrelas continham, Delicadas gotas de amor
E em seu brilho caótico, Apenas dor,
Mas sua beleza era tão inefável
Que dos lábios mais descrentes,
Aleluias arrancavam
Era a noite,
Céu tão escuro,
Mas cheio de estrelas brilhantes,
Assim tornando-o puro
E com o sussurrar dos ventos,
Foram deixando, as brisas frias, seu acalento,
O dia estava amanhecendo.