EMOÇÕES (QUE NÃO SÃO) MINHAS
Minhas emoções
Doem em meu ser para não serem
São, sabendo que são, quando devo fingir que não são
Nunca foram, mas existem porque são
E nascem, mesmo sem deixar nascer
E nunca morrem, ainda que as mate para viver.
Minhas emoções
Carrascas, exploradoras, mordazes
Tiram-me o sono, cansam-me o corpo e corroem a calma
Criam expectativas lá na alma
Que regras não permitem que se faça.
Minhas emoções
São tão sem emoção
Que tudo faz parecer sem noção
Num jogo de noções onde eu jogo mesmo sem moção.
Minhas emoções
Nunca vão embora
Porque nunca chegam realmente.
Minhas emoções
Nunca foram e nem serão minhas emoções.
Porque não há emoções.
Ítalo de Abreu, às 23:31 de 15/02/2018