Nos idos vales do tempo
Nos idos vales do tempo é de lá que vens essa lembrança.
Solta feito folha a ires...
Deixando-me pra trás à esperança,
presa em meu peito há sorrires.
Lua distante, oh lua, que vela solitários
corações há palpitares de agonia.
Traga-me a mim que vou também neste calvário
luz pra iluminares tão sombria...
Noite que parece a mim querer interrogares:
Não me olhes desse jeito pois nem penso,
entender nem desvendares
o que dizes teu silêncio.
Se me basta simplesmente à melodia
que entoas teu silêncio até aurora...
Apunhalar-te com á lâmina do dia
e lhe fazeres novamente ires embora.