Coração orgulhoso

Fiz questão de esquecer

Um tal amor na alameda do desdém

E fiquei dali parado, só para observar

Acabei descortinando o que tanto queria ver

O troco com a mesma moeda

Contudo não me regozijei

No meu peito austero, a vingança não vingou

Senti-me mal com tudo isso

Ainda sentado, não obtive prazer algum

Um coração arruinado e debilitado

Carregado com anos e mais anos de amargura

Sofrimento que era notável em sua empalamada aparência

Ali, jogado em uma rua deserta e seca

Um ar fétido percorria ao entorno dele

Com uma frenestra meio aberta

Uma alma derribada em depressão se encolhia

Estendi a mão, não queria ser assim também

Porém, ele cria uma casca em sua volta

Aparentemente um luzir falso

E de prostrado, o órgão corrupto se reergue

Levanta a face da prepotência

E caminha para o fim enegrecido daquela via

E de longe vejo uma boca cheia de orgulho engolir todo o coração...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 15/02/2018
Reeditado em 15/02/2018
Código do texto: T6254425
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