CADA VEZ QUE ENTRO

CADA VEZ QUE ENTRO

Jardim pleno

de madeira que vive

flor botões se abrindo

sol harpa tocando

um soneto de pele na

cama ardente chama

tua calcinha afina

transparente folhada

Venus de milo

Agora Heras soltas

teu cabelo cobre

seios anseios de cara

atrapalhada vermelha

me encobre de um beijo

pra esconder a grande

cobra assassina

que veio cuspir-te

um veneno das dores

pra descobrir outra

mulher outra fêmea

Noutra mulher essência

destes botões finos

corações pulsando

cada vez que entro...

João Marcelo Pacheco