A DAMA DO PIANO
Com todos os seus encantos,
Entrou naquele recanto,
A dama do piano,
Senhora tão requintada,
Muito bem educada,
Desde seus tenros anos...
Vestida de um longo branco,
Sentou-se no ornamentado banco,
A frente do seu piano de herança,
Ajeitou-se para trás, as tranças,
E encostou seus dedos compridos,
Arrumou o seu festivo vestido,
Para que seu pé alcançasse o pedal.
E escutou um silêncio referencial...
Pois aquela noite era especial.
A dama do piano,
Não se importava com o título e tal,
Sabia que seu dom era divinal,
E com a respiração controlada,
Começou a dedilhar o seu recital.
A platéia extasiada,
Não controlava mais a ansiedade,
De ter os toques de felicidade,
E tremendamente aplaudida,
Curva-se humildemente,
E sai como entrara antes,
Deixando ver o seu semblante
Da tarefa bem cumprida.
Numa noite tão bela...
O recital agora se esfarela,
Mas gravado em corações...
Pelas gotas singelas de emoções.
(Gedeane Costa)