VALE A PENA O GRITO?
(para a Rosângela)
Lanço um grito no ar e fico à espera.
Pode voar. Pode voar... ou não.
Pode ser um ratinho - ou um leão
ou aquela tíbia voz que vocifera.
Pode ter o fulgor da primavera
que de repente explode, num clarão,
ou arrastar-se, lento, pelo chão
num lamento que, triste, desespera.
O grito tem de ser um mensageiro
com asas fortes e poder guerreiro,
capaz de percorrer de sul a norte,
criar mil ecos de poder uivante
que, agrupados num trovejar constante,
façam estremecer de medo a morte.
(para a Rosângela)
Lanço um grito no ar e fico à espera.
Pode voar. Pode voar... ou não.
Pode ser um ratinho - ou um leão
ou aquela tíbia voz que vocifera.
Pode ter o fulgor da primavera
que de repente explode, num clarão,
ou arrastar-se, lento, pelo chão
num lamento que, triste, desespera.
O grito tem de ser um mensageiro
com asas fortes e poder guerreiro,
capaz de percorrer de sul a norte,
criar mil ecos de poder uivante
que, agrupados num trovejar constante,
façam estremecer de medo a morte.