Raízes

Como demoraste flor para morrer

Pisei tuas pétalas, esmaguei

Com que prazer me deleitei sabendo-te caída

Benditos vulcões

Jorravam pelo teu caminho

Queimada

Encontro-te quase morta de frio

E passei agasalhado ao teu lado

Joguei teus pedaços no rio quando o barco estava ancorado

Colaste e nadaste

Desvairada e tonta

Prosseguia sobrevivendo – ao relento, às guerras

Ao peso do meu desdém flor-imperfeita

Ah, tuas raízes fincaram no chão

Sobrevivendo com minhas pisadas

Agora tenho que aprender a voar

Não te dar tanto carinho

Pisar em ti e ouvir teu soluço

Baixinho, baixinho.

Verônica Aroucha
Enviado por Verônica Aroucha em 23/10/2005
Código do texto: T62500
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