SOBRAS DE UM POEMA
SOBRAS DE UM POEMA
rasguei meus versos
e choros voaram
timidamente perversos
rezando poesia
nas sobras do vento
e as ladainhas
desfaziam-se
em contas órfãs
uma e outra
e mais uma
e mais outra
meus pobres versos
caíam secos
nascidos de rosários zombeteiros
rolavam sobre si mesmos
as desenroladas contas tontas
pelas calçadas
sumindo-se nos bueiros
Mirian Cerqueira Leite