Tecno Titã

Nós, embaixo

dos seus pilares metálicos

De suas pernas fortes de soldado

Maia, inca ou asteca, automático

Quer sangrar os nossos corações

Vivos de pressa, sonhadores erráticos

Querem o nosso lento assassinato

Se a vida já não basta..

Somos sacrifícios ao rei sol

Midas

Que a tudo doura e cega

Ao paraíso de suas cores bailantes

Ninfas febres

Abrem as catacumbas

As múmias falantes

Abre um livro que discorre

Em folhas de bananeira

Fala da humanidade e sua trajetória inteira, se socorre

Mas lembra que já está condenado.

Vemos formas geométricas

Em contraste

No livro da vida

Existem apenas curvas e retas

Sofríveis os dias de calor

Embaixo da cordilheira

Os músculos cheiram a defunto

O tambor dos artilheiros batem

Abre um celular, e chama de célula

E tem tudo o que quer na palma da mão..

Transmite em sua tela suas paixões mais queridas

Titã, a cidade que não acaba no horizonte

Que o vulcão reverencia e se encolhe ao seu lugar

Tecno, como Buda, mas é uma Peste temida

Do outro lado do lago a se espalhar

Onde os corpos no Ganges entregues

Gigantes de força, aço e rixas

Cimentam as flores com o seu ácido

Espantam os pássaros, e as libélulas

Faz das almas cédulas

Dos seus corpos máquinas

Homens gigantes e mulheres espertas

Faz da natureza incrédula

Adornada por Tecno, sua ilusão

Dominada por Titã, sua realidade

Entre as duas, uma só confusão

Faz de suas mentiras a nossa verdade

Mais um Thiago
Enviado por Mais um Thiago em 09/02/2018
Reeditado em 18/04/2023
Código do texto: T6249446
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