Tecno Titã
Nós, embaixo
dos seus pilares metálicos
De suas pernas fortes de soldado
Maia, inca ou asteca, automático
Quer sangrar os nossos corações
Vivos de pressa, sonhadores erráticos
Querem o nosso lento assassinato
Se a vida já não basta..
Somos sacrifícios ao rei sol
Midas
Que a tudo doura e cega
Ao paraíso de suas cores bailantes
Ninfas febres
Abrem as catacumbas
As múmias falantes
Abre um livro que discorre
Em folhas de bananeira
Fala da humanidade e sua trajetória inteira, se socorre
Mas lembra que já está condenado.
Vemos formas geométricas
Em contraste
No livro da vida
Existem apenas curvas e retas
Sofríveis os dias de calor
Embaixo da cordilheira
Os músculos cheiram a defunto
O tambor dos artilheiros batem
Abre um celular, e chama de célula
E tem tudo o que quer na palma da mão..
Transmite em sua tela suas paixões mais queridas
Titã, a cidade que não acaba no horizonte
Que o vulcão reverencia e se encolhe ao seu lugar
Tecno, como Buda, mas é uma Peste temida
Do outro lado do lago a se espalhar
Onde os corpos no Ganges entregues
Gigantes de força, aço e rixas
Cimentam as flores com o seu ácido
Espantam os pássaros, e as libélulas
Faz das almas cédulas
Dos seus corpos máquinas
Homens gigantes e mulheres espertas
Faz da natureza incrédula
Adornada por Tecno, sua ilusão
Dominada por Titã, sua realidade
Entre as duas, uma só confusão
Faz de suas mentiras a nossa verdade