KAISER NINGUÉM XIII - O Canto Lírico do Vate Herege
Eu sou a luz no fim do poço, sou o cordão da consciência
Sou a chama da vida no caroço a cultivar resiliência
Eu sou de quem não se esquiva, o protetor da inocência
Eu sou Shiva, o portador do fogo, a testar sua resistência
Eu sou os selos do velho mundo, sete monstros adornados
Sete anjos vingadores, julgadores dos pecados
Eu sou os sons da natureza, as trombetas do apocalipse
Sou a fúria das estrelas no mais longo e frio eclipse
Eu sou o domínio do descaso para como a vida é bela
O fascínio do atraso, contra o vento, um barco a vela
Eu sou a febre da euforia no consumo de alegria
Sou a lebre que corria rumo ao gume da ironia
Eu os rios se colorindo, o contágio da entropia
Enquanto brios vão se extinguindo em naufrágios de anistia
Eu sou o impacto permanente de caráter irreversível
Sou o pacto imponente de um progresso inexequível
Eu sou o mar que escala o monte e o vulcão que petrifica
A visão da bala no horizonte e o legado pro que fica
Eu sou o fluido sorrateiro, sete taças a servir
Sou o momento derradeiro, o julgamento do porvir
Eu sou o último alerta do apelo à consciência
Sou a flauta que desperta com uma nota a solonência
Não sou anjo, nem demônio, nem pastor ou segundo filho
Eu sou o canto da falange do amor contra o martírio
Eu sou a súplica que pede para o mundo mais beleza
Na república que precede de uma guerra ao homem e à natureza
Sou o espírito rebelde que combate o mal no bem
O canto lírico do vate herege, eu sou o Kaiser Ninguém
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