KAISER NINGUÉM XIII - O Canto Lírico do Vate Herege

Eu sou a luz no fim do poço, sou o cordão da consciência

Sou a chama da vida no caroço a cultivar resiliência

Eu sou de quem não se esquiva, o protetor da inocência

Eu sou Shiva, o portador do fogo, a testar sua resistência

Eu sou os selos do velho mundo, sete monstros adornados

Sete anjos vingadores, julgadores dos pecados

Eu sou os sons da natureza, as trombetas do apocalipse

Sou a fúria das estrelas no mais longo e frio eclipse

Eu sou o domínio do descaso para como a vida é bela

O fascínio do atraso, contra o vento, um barco a vela

Eu sou a febre da euforia no consumo de alegria

Sou a lebre que corria rumo ao gume da ironia

Eu os rios se colorindo, o contágio da entropia

Enquanto brios vão se extinguindo em naufrágios de anistia

Eu sou o impacto permanente de caráter irreversível

Sou o pacto imponente de um progresso inexequível

Eu sou o mar que escala o monte e o vulcão que petrifica

A visão da bala no horizonte e o legado pro que fica

Eu sou o fluido sorrateiro, sete taças a servir

Sou o momento derradeiro, o julgamento do porvir

Eu sou o último alerta do apelo à consciência

Sou a flauta que desperta com uma nota a solonência

Não sou anjo, nem demônio, nem pastor ou segundo filho

Eu sou o canto da falange do amor contra o martírio

Eu sou a súplica que pede para o mundo mais beleza

Na república que precede de uma guerra ao homem e à natureza

Sou o espírito rebelde que combate o mal no bem

O canto lírico do vate herege, eu sou o Kaiser Ninguém

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NoOnee
Enviado por NoOnee em 09/02/2018
Reeditado em 30/08/2019
Código do texto: T6249026
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