DEITAR SEM CONCHA
DEITAR SEM CONCHA
As vezes deito sem concha
E ouço o barulho do mar
Sinto mergulhar em ondas
De saudade
Em pisar em areias
De rastos apagados
Em queimar a pele
Esquentar a paixão
Tomar uma raspadinha
Dividindo o canudo
Deitado na esteira
Conversando nada
Olhando o horizonte
O navio que passa
A pretendida igualdade
De almas e corpos
Quase nus
Acordo súbito
A pequena grande marola
Derruba o castelo de areia
O piso está frio
A parede quieta
Não há conchas
Não há mar