DEITAR SEM CONCHA

DEITAR SEM CONCHA

As vezes deito sem concha

E ouço o barulho do mar

Sinto mergulhar em ondas

De saudade

Em pisar em areias

De rastos apagados

Em queimar a pele

Esquentar a paixão

Tomar uma raspadinha

Dividindo o canudo

Deitado na esteira

Conversando nada

Olhando o horizonte

O navio que passa

A pretendida igualdade

De almas e corpos

Quase nus

Acordo súbito

A pequena grande marola

Derruba o castelo de areia

O piso está frio

A parede quieta

Não há conchas

Não há mar

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 08/02/2018
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