O PÃO DAS MINHAS MANHÃS - Livro completo
Autor: Agnaldo Tavares Gomes
APRESENTAÇÃO
Minha poesia à mulher realmente mulher.
Àquela que veio como as borboletas de Quintana
pousar no meu jardim...
E trouxe-me num sorriso milagroso,
a cor que era ausente em minha vida...
Ela é uma jóia! – e rara.
Que a poesia de sua vida seja presente no meu coração orgulhando-me em tê-la na minha história.
Sou grato por existires no meu caminho, “pequena poetisa” jornalista genial!
(As poesias que compõem este livro foram escritas em 2011.)
DEDICATÓRIA
Á uma jornalista que tem a ética na ação
e a poética no coração.
O PÃO DAS MINHAS MANHÃS
Você não veio hoje
E a noite anoitece triste...
Não te ouvi dizer “lhe amo”
E é como se nada existisse...
Espero que amanhã me volte
E traga teu sorriso junto ao sol...
É teu sorriso o pão das minhas manhãs.
CANÇÃO CARINHOSA
Dedilhar-me os dedos na tua face e
Tocar uma canção carinhosa – te ver sorrir...
Brincar no teu lábio o meu lábio e
Brindar o amor que nos possui...
Meus olhos deixá-los assim, nos teus
Fixados, ternos, como sempre apaixonados!...
Minhas mãos as tuas mãos enlaçadas
Enamoradas, compactadas...
Nossos corpos atraídos sublimemente...
– Opostos corpos à lei do amor!
PARTIR OU FICAR
Estamos no mesmo impasse: partir ou ficar.
Queremos contemplar nossa face – apenas nos olhar...
Destino cruel?
Não; não há destino.
Acaso mal casado?
Também não há acaso.
Estamos diante, talvez, da maior escolha de nossas vidas.
É TER CALMA...
Olhos tristes...
Vazio n’alma
Vontade de ir embora...
Mas pra onde?
É ter calma...
Um dia a estação flora
Chega o bonde
E tudo...
Tudo se ajeita.
A FLOR E O COLIBRI
No prazer compartilhado entre dois corpos amantes
Uma flor de puro encanto, palpitante
Vibra quando um colibri lhe vem beijar...
Desabrocha..., enfeita-se de rubras cores
Ao amante que entre as pétalas procura
O néctar mais doce que de outros amores.
Colibri apaixonado, a cuidar a flor que ama
Pra que esta mais brilhante, orvalhada
Entre as flores seja eterna... – namorada!
CHEGUE PERTO
Chegue perto, meu bem, do homem que te faz rir...
Se mostre natural, amável, mulher...
Deixa que o teu amor me cante...
Que esse coração em teu peito diga
Que amas o poeta pra sempre...
Sabes que não sou perfeito [nem posso]
Tenho a imperfeição de ser homem
O desejo de ser rei e o sentimento
De uma criança que perdera o doce...
Volta-me, meu bem... Teus risos são meus
Faça-me feliz os olhos tristes... – tão seus.
MAIS QUE GOSTAR
Não, não quero questionar o teu amor por mim
Nem quero decifrá-lo, quero saborear
Na essência do teu corpo no dialogo ao meu...
Nosso amor compreende sinfonicamente...
É música que semeia esperança em nosso ser
Que nos faz gostar de nós mais que gostar...
Quero-te no além dos versos que escrevo...
No meu peito a suspirar de amor – tremente
Na eloqüência dos nossos beijos – só nossos.
ENTREGA
Abandono a praia, me entrego aos teus braços qual
O marinheiro se entrega ao mar...
Entrego-me confiante no amor que tu me dizes amar.
E mesmo que imperfeito (humano) no verbo perfeito (amor)
Eu sigo humanamente amoroso o meu caminho
Na certeza de não lhe perder.
Não tenho medo do horizonte imenso onde
Ponho-me a pisar
Trago a certeza dos passos sob meu calcanhar...
Tenho a fé que por trás daquele monte há um lugar
Onde me possa acalmar o coração aflito
Junto ao meu amor tão grande encontrado...
TU NÃO PARTES
Não, tu não partes quando “partes”- ficas!
O tempo não te engole nem o espaço te exprime.
Tu ficas na partida... Tu chegas sem partir.
Não vais... Tu não vais nunca!
Não te tornas passado porque és presente.
És presente sempre! – nunca ausente.
EM CONTEMPLAÇÃO
Entra-me vento frio pela janela... Não me importa!
Sou todo coração!...
Vez por outra um ou outro me empurra a porta!
Estou em contemplação!...
Tua foto, tua face, teu sorriso
Tudo, tudo me convida
A ser “grande” na vida!
E vou desenhando paisagens
Pintando às cores, à alegria
Do amor que me inspira!
PERMITIR O AMOR
Podemos permitir o amor agraciar nossa vida!
Minha graça, minha felicidade é minha “pequena”
Ela sabe perfeitamente chegar e fazer festa no coração do poeta!...
Não me diminui como ser, mas me engrandece!
Dar-me forças pra que eu possa seguir com meus ideais
A ser “grande” na vida!
Permito esse amor entrar na minha vida
Sem mendigar um único sorriso de seus lábios...
E na fé do coração sempre em festa eu a canto: Eu te amo!
E ela canta-me “Eu lhe amo!” com a voz doce e apaixonada.
INCERTEZAS
Presos às incertezas do amanhã o amor não semeia esperança...
Talvez presos num verso de Drummond: “o tempo pobre”
O amor empobrece devera...
Há de se contemplar o amor no presente instante!...
No desejo de unir mãos e bocas
Na confiança do sim eternamente...
O amor abre caminhos por entre as águas...
Atravessa desertos silenciosos...
Creio no amor que me move.
FEITO CALEIDOSCÓPIO
O teu sorriso é feito caleidoscópio...
Trouxe-me as cores ao “bom dia”
É ele do meu êxtase o ópio
Esta coisa bonita que se acha alegria!
TER FORÇA
Ter força, coragem de seguir os versos...
Mesmo aos pés ter espinhos, que no caminho haver pedras
Que o coração cura de cicatrizes...
Encontrar-se depois de perdido...
Regatar-se das cinzas sonhos e desejos adormecidos...
Não quero mudar o curso dos rios,
Nem quero transpor o intransponível,
Quero apenas seguir...
RUMAR SOZINHO...
Não quero rumar minha vida noutra direção...
Quero ir de encontro a ti, meu amor!
Não sou cientificamente um bobo
Sou bobo poeticamente... – por você!
Quero resgatar a confiança em mim na confiança tua...
Não sei se consigo ir sozinho pelas ruas...
Quero o amparo no teu peito quando a dor viver...
Tu sabes que sou homem, que choro – não uma pedra!
Quero-te pra mim, só minha,
Minha senhora, minha menina, minha mulher.
ALGUNS QUILÔMETROS
Cá no meu silêncio me desenha teu rosto
O pensamento ativo e sereno...
Suspiro bobamente qual criança rindo
A graça das cores no peixinho Nemo.
Hoje avistei flores na estante exposta
De uma floricultura na rua sem nome
Quis trazer uma orquídea ao meu bem
A mulher que me faz ser grande – homem!
Mas a distância..., essa coisa boba
Vivi a impor milhões de coisas...
São alguns quilômetros..., nada mais
Distância de um cais a outro cai...
MINHA SENHORA
Minha senhora, a noite é fria...
E o silêncio minha companhia!
Lá fora há um vento que sopra
Não bandeirolas
Mas a velha palmeira no quintal...
Tenho o peito calejado de amores vans...
Tu és meu remédio!...
Contigo não sinto tédio,
Nem medo, desespero, abandono...
Contigo me sinto homem
Amado, valorizado, importante...
Se “se morre de amor”, não acredito
Mas que se vivi com amor sim!
Minha senhora,
Quero viver o amor contigo!
MINHA BELA JORNALISTA
A paixão que nos move é chama infinita...
Quanto mais te quero; mais te quero ainda
Como um chegar a todo instante no cais
Sedento de amor e mais..., amor!...
Contrariamos as leis dos homens
Porque a lei que nos move é liberdade
Na qual compreendemos nosso querer
E no querer sincero buscamos..., a eternidade!...
Eu te amo, tu me amas...
E amor em nós é conjugado
Na certeza,
Na esperança,
E, na fé, consumado!...
MEU AMOR...
Meu amor é um afago tão bom no coração que
Meu desejo é nem ser eu...
É ser amor em totalidade pra merecer
O amor de meu amor!...
E quando meu amor me diz: “Eu lhe amo!”
Minha cara é toda um riso!
Não me afoga em ser feliz...
Em ser feliz eu existo!
AMOR CONJUGADO
A esperança renasce no amor presente
E no presente amor nos traz a certeza
De que amor conjugado é o melhor que existe!
Eu te amo!
Tu me amas!
Eu quero ser alegre e não ser triste.
É melhor ser alegre que ser feliz!...
Felicidade são conquistas de instantes...
Alegria, um estado absoluto!
MINHA PEQUENA
Tu és grande, minha pequena! – és grande.
Teu olhar poético absorve as coisas
As transformam em admiráveis!...
Revela as feiúras do cotidiano torto
Traduz a beleza em arte!...
Minha pequena é frágil quanto a uma rosa...
E é tão forte quanto a uma rocha!
Pequeno diamante que me vale tanto!
MEU ANJO CERTO
Vens quando me dói o coração errante
Quando no deserto este coração é triste
À procura entre dunas de um oásis
Onde possa matar a sede de instante...
Vens e fazes primavera a minha alma
Mostra-me de entre as pedras um jardim
E me diz com ternura, a voz calma:
“A felicidade mora ali!...”.
Tu és um anjo certo na minha estrada...
Vens conduzir-me a atravessar a ponte
Lapidar teus versos juntos aos do poeta
Com a certeza de que na vida seremos um
Eu completo contigo, tu comigo completa!
SAUDADES DE MINHA “PEQUENA”
Sinto saudades de minha “pequena”
É ela a luz que alumia minha cara...
E a minha casa que é verde claro
E as casas multicores por onde entro
Clareiam à alegria da cor alaranjada
Da casa que minha amada edifica-me!...
A casa que minha amada edifica-me é tipo
A casa pintada pelo pai da poetisa (Adélia Prado)
Alaranjada brilhante,
“Constantemente amanhecendo...”
O AMOR NA SUA ESSÊNCIA
Como diz minha “pequena grande mulher”:
“Eu não quero compreender o amor, quero sentir”.
Quero sentir o amor na sua essência, longe das palavras...
Quero sentir no corpo e além... – na alma!
Quero embrulhar todo meu ser nessa coisa maravilhosa,
Incompreendida a qualquer forma de explicação...
Apenas sentida
No coração.
PARADIGMAS DA SOCIEDADE
Perdi dos olhos o reflexo de minha estrela...
Minha adorável estrela que assim
tão devagarzinho foi surgindo até
Fixar-se no meu mundo...
Todos reparam no coração do poeta isolado lá dentro do peito...
Não há sorriso que desfaça certo medo...
Não foi a tinta dos versos que se acabou,
Foi o tinteiro que se emborcou sobre o poema...
Paradigmas da sociedade! Assombros diários!...
Assombrou os olhos de meu amor...
É constrangedor ser homem nesse mundo torto.
ROSA CASTA
Minha negra é tão linda!...
Sei... não és Manuela
Que o poeta versejou
Seu romance de amor...
Mas és bela – muito bela
Tem no lábio o beijo em flor
E no seio o calor...
Rosa casta do sertão!
É NATURAL
É natural assim com das flores
O perfume que de Ti me encanta
Que no meu rosto pinta as cores
De um sorriso composto de esperança.
CAFÉ POÉTICO
Preparas um café poético que o poeta retorna aos versos!...
– ao poetar.
Boa amiga, grande mulher, se meu coração te apaixonar não tenhas medo
Embrulhe-me no teu peito e cante-me uma canção:
“Não chores poeta amigo...
estou contigo...
tudo vai ficar bem...
cem por cem”.
AQUELA CANTIGA
Meu coração aquece no coração de ti
Qual o pássaro que encontrou o ninho
Depois de muito... muito desertado
Sem água, sem pão, sem abrigo...
Aprendo-me contigo a cada passo
Romper uma pedra do meu caminho
E a cada aconchego no teu peito sinto
Que neste mundo eu não sou sozinho...
Teu amor é aquela cantiga
Que me convida a mergulhar na fonte
Beber da água que me faz eterno
Um ser mais forte, mais humano, terno.
ESPERO POR VOCÊ
Espero por você na ansiedade que um garoto
Que se perdeu no caminho à escola...
Sujo, olhos murchos, tristes lábios
Num choro contido de saudades de casa...
Vem me buscar, estou encostado
Num muro qualquer de uma casa qualquer...
Vem me buscar, perdi meus sapatos
Na minha mochila apenas migalhas de um chocolate...
Espero por você, vem me buscar
Dar-me teu peito pra eu recostar
Meus tristes olhos cansados de esperar...
TER ESPERANÇA
Tudo em mim é puro vazio...
Tu foste a primavera que abençoou o meu caminho em flores...
Eu pude rir quando vieram borboletas saudar-te... beijar-te...
Mas, o destino das flores é despetalar-se!
Tu despetalaste no meu caminho...
O vento desértico varreu-te de mim!...
E agora te espero no regresso...
– Ter esperança é isto!
BREVIDADES
Queria sentir tua pele no meu lábio,
Roçar meu nariz,
Beber teu perfume em porções delicadas...
Fazer carinho no teu corpo
Beijar teu seio
Te amar!...
E depois...
Adormecer
Juntinhos
Sem se importar
Com a brevidade da vida – ser feliz!
FICA
Não quero te perder de vista, meu bem – não quero
Você chegou devagarzinho na minha vida
E enfeitou-me de risos meu rosto triste...
Beijou-me o coração como ninguém.
Se tu me amas, meu bem, não vá embora... – fica
Um bocadinho pra eu te olhar de bem mais perto
E ver que tu és a minha estrela...
Aquela estrela que por bobeira deixei fugir...
O AMOR POR VEZES PAUSA...
Tua ausência proposital ou não proposital
É lança no peito que me silencia na dor
De ver que o amor por vezes pausa...
Penso que já não amas me
E na eloqüência de Drummond
Cobro-te que me digas repetido:
“... de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos...”
“Eu te amo!”
NADA MAIS
Não queria nada mais que...
apenas
me prender em teus braços e me perder em horas à eternidade...
Ser eterno com você me basta.
DEIXASTES-ME SEM REMO
O mar bravio... – vento na proa
A tempestade é sinistra!
Nenhuma orquestra entoa
Nem de um laço vê-se a fita...
O MEU AMOR
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
(Saint-Exupéry)
O meu amor é uma criança que precisa ser cuidada...
Cuide bem do meu amor como se cuidasse
De O Pequeno Príncipe de Saint Exupéry!...
É tão frágil... Tão simples... Tão natural...
E é preciso ser levado nos teus braços ao poço
Onde possa beber da agüinha encantada...
“Oh, meu pedacinho de gente, meu amor
Como eu gosto de ouvir esse riso!...”
O meu amor é um pássaro que precisa ganhar asas!...
Cuide bem do meu amor – cuide mesmo!
E aos pouquinhos deixe o voar do cativo...
Para onde fores te recordarás... – amarás!...
Como aquela flor que amou o principezinho...
GRACIOSA POETISA
Há uma graça no sorriso da poetisa que sorri...
Há essência na tua existência como há
Na “flor campestre que embalsama os ares”.
Uma transparência de verdade há nos olhos de Ti!
Uma sinceridade singular! Algo que o dizer adultera.
São mágicos os versos que escreves por que...
Escreves com a tinta do coração poético!
PRECES DE UM COLIBRI
O colibri assentou suas asas por instante
E deixou os olhos na direção da flor... – solitário.
Ela está adoecida – mora longe...
Queria o colibri voar à flor, mas...
Suas asas ainda são curtas pra tamanha distancia...
Resta ao colibri senão fé
De que a flor tornará
Com todo encanto e poesia em suas pétalas...
Ele está em preces...
MEU INTENTO
Pousas para mim..., e é toda especial!
Tens um carinho no rosto que floresce...
E no corpo curvas que me atrai... – me aquece.
Traz na alma as sensações de pureza
E me toca no coração poeta
Com genialidade amorosa, destreza.
É meu sonho, minha realidade, meu intento.
“MEMÓRIA DO PRAZER”
O teu perfume tem alma...
Talvez explique por não conseguir te esquecer.
O teu perfume é presente nas músicas – nossas canções!...
Presente na “memória do prazer”
E eu não sei – juro que não - "rejeitar um pensamento assim".
ENQUANTO
Enquanto tu não me chegas vou admirando teu rosto
na fotografia que me destes...
Tenho as mãos frias do inverno, desejo de tocar as tuas,
fazer carinho nos teus dedos e tanger pra longe...
bem pra longe os nossos medos...
Sei, tens medo do improvável!...
– eu também tenho.
Tem esperança, mas vaga às vezes...
Ah, em qual lugar te encontra no instante que meus olhos correm as vidraças e busca lá fora um vestígio de você?...
Sabe; aqui um poeta que é teu:
“a mão no queixo, a perna cruzada triste
e aquele olhar que não vê.”
Diz-me alguma coisa pra sossegar no peito esse coração poeta.
SAUDADE...
Saudade do olhar cansado da labuta
Pouso em fotografias ao poeta...
O sorriso claro e ditoso
Dizendo-me verdades nesse mundo injusto...
Saudade da mão apanhada ao lápis
A correr versos no papal dos sonhos...
O sorriso largo, carinhoso
Apontando-me caminhos mais justos...
Saudade da mulher, poeta, jornalista, humana.
***
Esse embrulho mal feito
Que deixa o peito
Sem jeito...
ELA SILENCIOU...
Ela silenciou os versos...
Deixou sobre a mesa o papel e o lápis
E o olhar perplexo no mundo injusto...
Não! Foi só um susto.
Sua fé é inabalável!
Logo mais retorna com versos novos!
POR CERTO...
Meus olhos desmaiam na tua face
Tentando compreender os “porquês”...
Há um vazio entre o espaço
De minhas interrogações e os olhos de você...
Por certo seja tu meu anjo certo
Que veio me espiar daquela estrela...
Eu não creio nas circunstâncias – creio no amor.
O POETA
Acordou e olhou para o telo e avistou um pouco de sol que entrava pela janela...
Um suspiro melancólico,
Uma palavra seguida do nome da amada...
É seu pedido de perdão como a oração de principiar o dia...
Era preciso antes de pôs os pés no causado,
Antes de lavar o roto e tomar o café solitário...
No caminho contemplou paisagens sem sentido,
Rostos sem feições...
Seus olhos estavam vazios,
Seguia mais cabisbaixo que o olhar a frente...
Na lida diária, esqueceu de quem era, camuflou-se de matuto,
De Clarice, de Shakespeare... – ganhou risos e aplausos...
O dia se foi...
E o sol apanhou sua luz e partiu...
Assuntou-se no espelho,
Aparou com as mãos algumas lágrimas...
Motivou-se a se mesmo.
Seus lábios se envergaram,
Seu olhar se perdeu no silêncio e na lembrança...
Uma oração
Um nome
Uma esperança.
VERSOS A AMADA SINCERA
Trazer versos a amada sincera.
Ver brotar de seus lábios pétalas...
É o sonho de qualquer poeta
Que sabe a receita certa...
...de um bom poema!
É TRISTE...
É tão triste quando o amor nos leva os sonhos
E nos fazem dos olhos cabisbaixos...
Vai pela rua o menino chutando pedras...
Gesticulando com a cabeça seus nãos interrogativos...
É triste e dói olhar o amor que se ama pela penumbra
E ver que aos pouquinhos se desmancha...
Ai..., aceitar as razões de um amor é doído de mais.
Eu prefiro pensar com o coração e deixar que o futuro nos abra caminhos...
TEU SEIO ESSA NOITE
Quero me deitar no teu seio essa noite
Qual o viajante cansado da partida
De bem longe..., bem longe
Ao encontro da amada predita...
Fria noite! Deserta rua...
Quero o calor dos beijos
Minha amada despida, nua
A se aquecer no meu peito... – nu.
Que assopre o vento lá fora
Não tenho pressa, não conto as horas...
Quero minha amada embrulhada ao meu corpo
Tomar em seus lábios beijos em fogo!...
Não tenho pressa, não conto as horas...
NA PRESENÇA DE MEU BEM
Meu coração é o mais doce canto na presença de meu bem...
É uma rosa ao retorno da primavera!...
Ou o pequeno príncipe a adorar a rosa...
O mais certo é que meu bem é uma rosa..., e eu
O “Pequeno Príncipe" cativado por ela.
***
Sou bobo, meu bem é doce
Minha rosa que tanto amo!
Quero cuidar de minha rosa
Neste planetinha que mal cabe
O coração de nós dois!
CONJUGAMOS
Constantemente o amor conjugamos...
Tu me amas e eu...
Te amo!
Sensação de prazer, de amor conjugado...
No corpo e na alma
Amamos...
No quarto e na sala
Amamos...
A nossa calma
É amar.
QUATRO VERSOS CARINHOSOS
Um coração bom num ser reflexo
De uma verdade simples ao mundo complexo.
Nada tão especial e mais ético
Que este olhar amoroso e poético!
ESTES OLHOS
Estes olhos serenos e negros...
Reluz a alegria que em meu ser palpita
Na única esperança... – a que me aflora a alma.
Quero a calma de teus olhos nos meus...
Ser embalado nos braços teus...
Quero a mão da poetisa no meu rosto – carinhosa.
O conforto dos teus aos meus contornos...
AUSÊNCIA
A vida me extingue na ausência dela...
O relógio me contrai
As canções emudecem
As folhas não dançam
E a esperança que me afigurou tanto nas borboletas
Parecem tangidas por anjos rebeldes...
AUSENTE
Eu cheguei..., você se fez ausente
Porque era triste o teu olhar presente...
Os sonhos roubados pelas circunstâncias.
Talvez a montanha à frente nos ponha estáticos.
Talvez a fé insuficiente seja
Para transpô-la de um lugar a outro...
PODIA
Eu podia te pedir que ficasse
Que acreditasse na flor de cacto...
Podia me jogar aos teus pés e te implorar que não fosse...
Mas seria ao universo um pecado.
Não posso desviar o curso das águas...
N’ARTE
Na arte dos perfumes és tu, perfumista, o artista!
Sabes compor dos óleos mais finos as melhores essências...
Na arte do jornalismo és ti, poetisa jornalista!
Sabes compor dos versos mais simples os melhores poemas...
ELO DE AMAR
Trazes-me a canção no olhar
E me deixa bobo no sentido mais belo...
Meu coração a dançar
Preso ao teu por um elo...
De amar!
DEPOIS DO AMOR
Amor, o desejo da paixão me move...
E eu penso em te querer, te querer, te querer...
E tu, com esse jeitinho impar – tão doce
Merece de mim todas as noites de prazer...
Eu farei juntar estrelas no céu...
E a orquestra dos guizos
Irá faz a melodia do nosso amor...
Nossa música poesia!...
Abrirei as janelas, meu bem
E tu me vens
Despida dos teus trajes mais simples
Aquietar-te no peito do teu poeta...
... depois do amor.
MINHA MULHER
Minha mulher..., às vezes a vida nos parece sem razão...
Mas não é.
É ilusão de ótica!
A vida meu bem – amada! – é um engenho no qual
trabalhamos dias e noites...
Embora o trabalho nos pareça árduo, no fim
colheremos o mel justo ao nosso amor...
Então..., se achegue
Recosta-te no meu peito e ouça
O coração de um poeta que te ama.
Vamos ficar bem.
EU NÃO QUERO ACORDAR
Parece que estou acordando do meu sonho...
E eu não quero acordar.
Quero continuar sonhando
Com a moça que tem olhos bonitos
E o sorriso mais doce das estrelas.
Ah, ela é diferente, é jóia, é rara
É um cometinha delicado
Que pôs a cair na minha frente...
Eu não quero acordar pra esse mundo horrendo...
Não quero pensar que aquela borboleta dourada
Retoma suas asas a voar...
Ai, eu quero ter asas pra voar contigo!
AMOR PRESENTE
É triste dizer adeus a um amor que é presente...
É sofrido correr o tempo sem esse amor consigo.
Há uma presença de Ti em mim que não muda.
Você entrou na profundeza do meu ser...
Foi simples, é simples e será simples – enquanto comigo.
SABE AMOR
Sabe amor; sabe,
estou batalhando
velejando como bom velejador...
Encontrei meu caminho acadêmico
estou eufórico!
entusiasmado...
Sabe amor; ando triste
sinto falta
saudade do teu olhar...
VOCÊ JÓIA
Você não é simplesmente,
Mas sublimemente mulher.
Não é qualquer,
É gentil, generosa, genial!
Tem a sensibilidade das rosas
O coração de uma santa
A sinceridade de um anjo
E o sorrio...
Ah, teu sorriso é coisa linda!
Você é suficientemente humana
Moça “bacana”
Jóia!
DIAS DE AMORES
Tu me elevas à altura do teu encanto...
Me faz pensar que sou príncipe.
Me toca com a ternura de um anjo
O coração de poeta sofrido...
Quero me casar contigo amanhã!
Viver dias de amores no prelúdio de mais dias...
Vou subir no telhado, invejando o Quintana
Vou gritar por teu nome junto “eu te amo!”
Você merece “neguinha” o coração do poeta
Por ser quem é: essa mulher que fascina!
NO SEIO UMA ROSA
A poesia não tem beleza, minha senhora,
Sem que repouse no teu seio uma rosa...
Há um silêncio em mim agora.
Uma pausa...
Recordo o riso no teu lábio – como era doce!
Os olhos teus alumiados – tão moços.
Me acorde, minha senhora... – estou a sonhar...
Mostre-me que em teu seio guardaste a rosa.
ESTÁ ESTRANHO AMOR
Está estranho amor... Tudo estranho!
Os dias estão cinza...
O pão sem sal...
O café amargo...
Sabe, amor..., tenho percebido!
Tu és o sol dos meus dias...
O sal do meu pão...
E o doce do café...
MAS OLHE; OLHE AMOR
Queria mudar o percurso do tempo
Não mais me submeter a angustia...
Trazer-te pra perto... – pro meu peito
E dizer com estes olhos multicores – que são seus.
Que és tu, és tu, só tu meu repouso...
Mas olhe; olhe amor..., tive medo
De tua reação inesperada...
Sei que as rosas têm espinhos
E são belas!
NOSSO CAMINHO FLORIDO (IDÍLIO A UMA JORNALISTA)
Silencioso, a contemplar a dança erótica das palmeiras
E o olhar neutral numa porção de nuvens
Vagarosamente se diluindo...
Como brancas borboletas tangidas
Ao soprar do vento às flores.
Sem reparar nelas o abstrato de que são compostas
Eu olho-as sem olhá-las...
A brisa leve me vem ao rosto num afago sincero
A transformar à tarde fria de inverno em calor suave...
É a bela serenata da natureza a cantar aos meus ouvidos
Os sons mais puros e perfeitos... – como em catedral.
Aconchegando-me o coração triste e solitário de moço poeta.
Triste por ausência da amada que ora em ora
Vinha me beijar no lábio seu beijo doce
Trazendo-me inspiração a caminhar...
Mesmo que sozinho qual caminheiro errante a procura
De um seio perfumado por repouso.
Sinto falta, minha senhora... – sinto falta.
E a cada passo do relógio percebo que te afastas
E que já não posso tocar sequer
No último fio do teu cabelo ao vento...
E o coração é mais ausente na ausência tua.
Queria que a esperança que regamos desce flores...
E que pudéssemos colher em nosso campo
No tempo certo
E florir nossa cama da boa essência do nosso amor.
A brisa invernal traz-me as cores da tua inocência...
Os doces olhos, os risos meigos e os perfumes
Que em teu seio bebi por tantas noites... – inspiração.
Ah, minha criaturinha doce!
Os porquês desta vida nos perturbam, dilaceram
Nossos corações amantes – eternos!...
Se houvesse no mundo ouvido aos nossos clamores
Mas o mundo não é uma ilusão serena, passiva.
É uma realidade que dói constantemente
Quando se tem o coração envolto a impossibilidades...
Não temo o tempo que nos consome... Pois,
Somos inconsumíveis! – o amor nos beatifica a alma.
Ganhamos a eternidade quando
Encontramo-nos no campo a colher flores...
E assim seguiremos nosso caminho florido
Na esperança de colher da natureza
A flor mais bela a nossa vida...