NOITES DE ROMEU E JULIETA - Livro completo
Autor: Agnaldo Tavares Gomes
APRESENTAÇÃO
Assim como as flores, são as mulheres, cada uma delas tem sua essência própria... Mas poucas flores como pouquíssimas mulheres tem o privilégio de ter os olhos amorosos de um poeta fascinado nelas..., compondo de sua essência versos belos!...
Seria muita presunção do poeta dizer que ele faz poesia de sua Musa... A poesia está na mulher como a essência na flor. E o poeta apenas encontra essa essência e a traz ao papel na forma de versos... Como o artista que pinta ele escreve para revelar o abstrato ao concreto.
Esta essência poética eu percebo na mulher para a qual escrevo este livro... Sinto a suavidade do seu perfume e o transcrevo na eloquência dos meus versos... Suspiros de amor mais ternos que um poeta em sua vida breve pode escrever a sua Musa...
Que essência doce me traz teus ombros!
Que suavidade é tua pele!
Que brilho intenso em teus olhos negros!...
Que seios lindos!
Que corpo mágico!
Bebo em ti, Musa
O perfume que embala o gênio
No coração poeta!
(As poesias que compõem este livro foram escritas em 2009.)
DEDICATÓRIA
A única morena que até então hipnotiza
os olhos hipnóticos deste poeta.
RECORDAÇÕES
...e quando tocava teus ombros
era ali a única maneira que encontrava de expressar
meu amor sempre a crescer...
Recordações me trazem a ausência de ti
Ando distraído, só, pelos cantos, pensando...
Mendigando perfumes nalgum objeto
Por onde tenhas corrido teus longos dedos... – tão belos.
Teus olhares, teus sorrisos, teu calor...
Tudo submete meu ser a ti... E corro
Pra distante corro qual fugido condor
Foge às mais altas montanhas ao exílio...
Mas, miragens me trazem ao abismo
Vejo teu rosto calmo, num sorriso lindo
Em cada espelho que me olho rindo...
Suspiros violentos me sangram o peito.
E eu, com meu olhar distante, distraído
Contemplo tua sombra esvaindo
Por entre as folhagens tangidas pelo vento...
SUBSTANCIALMENTE
Penso em ti desvairadamente – a todo instante
Tu és substancialmente o ar que respiro... O delírio
Que me toma a lucidez... Faz-me louco!
A desenhar teu rosto nos de outras moças...
Outras moças que não me causam nada que
Um olhar comum na multidão frenética...
Moças indesejadas, perto das quais
Sou um místico à contemplar o poente...
Tu és substancialmente a água da fonte...
Não me sacio de ti, te quero sempre!
Tu és o desejo que me possui a alma
O “querer mais que bem querer...”
Longe de ti sou qualquer coisa que
Um grande vazio, um vácuo no universo!
Meus versos sem ti são versos... – apenas
Contigo, suspiros de amor... – poemas!
Substancialmente tu és o que preciso.
BOBO CORAÇÃO
Ah, minha Musa tão formosa!... – “rapariga linda!”
Será minha sina amar-te no silêncio?...
Ter-te tão pertinho sem poder roubar
Um beijo quente do sorriso doce?...
No paralelo dos olhos componho-te o poema...
São versos de amor que preenche o espaço
Que separa teu hálito do meu hálito...
Na tua presença meus olhos poéticos
Canta o segredo que o coração oculta...
Bobo coração que tanto implora
Ao menos no teu seio um breve instante...
O AMOR DE ISOLDA
Se tu me amasse com o amor de Isolda
Eu era Tristão feliz
No amparo dos teus seios lindos...
E a cada beijo um verso novo
Na tua pele junto a minha – nua...
Eu era mais moço que qualquer moço
E tu a moça mais linda das moças
A mais desejada das musas
Ao deleite deste condor poeta...
Se tu me amasse com o amor de Isolda
Eu não seria mortal, seria um anjo!
A musicar tua alma com meus versos... – de amor
Eu era só teu Tristão
Mais que na vida e mais que na morte...
Sempre teu... – só teu.
MÃOS
Mão sobre mão sob mão...
Mãos aconchegadas
Feito colchetes...
Mas que ternura é a paixão!
Nossas mãos se procuram ansiosas
Como duas almas se encontram por querer...
Leve dedilhar por sobre dedos ambos
Caricias tremulas... suar frio...
Nossas mãos tão diferentes na cor e no tamanho
São tão iguais no calor e na afeição...
Mãos que se acolhem aos rumores de passos
Soletrando palavras nas escadas...
Nossas mãos eternas amantes
Mãos unidas como irmãs... Cisnes
À danças sobre as águas límpidas
Do eterno lago azul!...
TU PODES ESCOLHER
Se tu preferes outro a mim
Vais ao encontro dele... – sem sacrifício!
Sabes que não te obrigo, não é meu ofício
Escravizar-te a viver comigo...
Não te maldigo, te bendigo
Renuncio-te por amar...
Mas, se preferes a mim a outro
Então, vens ao meu encontro... Serás feliz!
Juntos, de mãos dadas, seguiremos ao país
Dos que gozam da verdadeira alegria!...
Terás teu abrigo no peito meu
Assim como as vagas o mar!...
VIVO
Vivo a esboçar teu rosto nos de outras moças...
A sentir teu cheiro a cada esquina que passo...
Vivo a escutar teu riso noutros lábios doces...
Ver que te aproximas ao meu chamado triste...
Vivo conscientemente o inconsciente no subconsciente...
Meio louco! Um tanto lúcido...
Vivo alheio ao mirante... – muito distante de mim...
No ontem fotografado por minha mente...
Vivo impaciente a espera das horas novas...
A fugir dos instantes comigo, a sós...
Vivo, enfim, reinventando a vida!...
Revivendo... pensando... muito... em ti, querida.
TEUS CABELOS REJEITAM MEUS DEDOS
Por que se contrai aos meus afagos?
Foge os cabelos aos meus dedos...
Medo de quê? Amar!... Talvez...
Estranho paradigma te atrai a meu lado...
O amor é doloroso... – dói na alma!
Mais dolorosa a minha à tua fuga...
Teus olhos mentem-me ou conta-me um segredo?...
– me amas?!... Verdade?... Então...
O amor é rejeitado quando verdadeiro...
Desperta lágrimas..., surra o peito...
Bem sabem as noites quantos sussurros
As lembranças me trazem de ti...
Espreito nos olhos a tristeza da alma...
Ri-me as paredes... Acham graça
Do homem ao espelho chorar bem baixinho...
Teus cabelos rejeitam meus dedos...
TE AMO E TE QUERO
Te amo e te quero na doçura de um querer que palpita
meu doido coração no ensaio dos passos seus...
Te amo e te quero perto... – bem perto de mim,
do poeta que só sabe te amar e te olhar devotadamente...
Vivo a desenhar teu corpo quando na ausência tua...
quando me foge à lua o perfume teu.
Te amo e te quero sempre menina – linda!
Suspirando-me em versos à poesia...
Te amo morena! E te quero minha
– mesmo que no poema, te quero.
PROMESSA DE UM POETA
Rasgarei a carta ao coração
Se em meu peito teu amor for posto.
Não quererei provar de outro gosto
Só teu corpo
Ao meu corpo
Desejoso.
A MORENA DE VESTIDO
Essa morena de vestido que passa
Leva com ela meu olhar poético
Faz delírio!... Parece brincar
Com o coração do “velho” poeta...
Essa morena de vestido que passa
Passa tão leve que não ouço os passos
Mas sinto o perfume que o passar devolve
Ao vento que namora seus lindos traços...
Essa morena de vestido que passa
É uma menina a fazer pirraça
Aos olhos meninos deste apaixonado
Errante colibri do cantar dourado...
Essa morena de vestido que passa
Com passos vaidosos vai pelas ruas
A cantar “mosquitinho” com tanta graça
Que mesmo sem ver intuo seus passos...
Essa morena de vestido que passa
Traz aos olhos um gole d’água
À fonte dos versos já cansados
Deste moço – poeta – que vive a namorar...
... a morena de vestido que passa.
AS BELAS FORMAS...
Só o poeta que é mesmo genuíno
Sabe o segredo de amor contido
Nas belas formas do corpo feminino.
Sabe conduzi-la ao puro êxtase
O mais perfeito delírio de amar...
Além da pele, da alma, do pensar.
“NOITES DE ROMEU E JULIETA!...”
Tenho de ir... – é hora – doce amiga...
Qual não amei a não ser a mulher
Que me tiraste o sono por tantas noites
Contemplando-a no pensamento livre...
Quanto te pensei te amei...
Fiz tua moldura na parede do quarto
Desenhei-te nua como um louco
Na ânsia de encontrar teu rosto
Sorrindo-me nalgum retrato.
“Noites de Romeu e Julieta!...” Camas virgens
Deste amor que em meu peito grita
Em soluços e lágrimas incontidas...
Lágrimas frias a tecer na face triste.
Essa noite não me espere à tua porta... – Julieta linda! –
Não serei o doido a te furtar um beijo
Não um tolo a me atirar da ponte
A suicidar o amor que lhe sinto...
Mas se me permites serei
O prisioneiro a fugir das grades
Em busca do amor de Lisbela...
SÓ NÃO “NÃO TE AMAR”
Não me peça pra não te amar porque sou péssimo!
Tu sabes que sou bom em tudo – convencido eu.
Pra ser modesto, em quase tudo...
Peça-me qualquer coisa: que me atire de algum prédio,
Que me deserte num deserto,
Nalgum planeta bem distante...
Mas peço que não me peça pra eu não te olhar profundamente...
Sou um desastre de ator quando finjo não te amar!
LIBERDADE
Se tu soubesse
quanto de amor neste peito poeta
não pensarias uma vez
desatarias deste nó que te prende e...
viria a prender-se
na liberdade que te espera.
SE QUISER IR À PARIS
Se quiser vir comigo, vem agora
E vamos galgar nossa história numa estrada simples...
– e feliz!
Vamos contemplar flores sem se preocupar com os dias...
Tudo proverá o amor!
Mas oh, não espere de mim rei pra ser rainha
Talvez me torne diferente do que sou agora
E te queira por meretriz e não por senhora.
Se quiser ir à Paris, vem comigo à realidade.
Meu bem, Paris é um sonho, o amor é real.
O MELHOR AMANTE
Que direi ao coração... “esse pássaro errante”
Que vem pousar em ninhos distantes...
E sempre..., sempre fatigante...
Que direi a este garimpeiro avante
Em busca de um único diamante...
Os olhos da mulher amante...
Direi a este que acredita
Não saber amar... Que ele ama.
Que sempre soubera amar...
DELIRAR
Deixe sobre mim teu amor...
aqueça-me
delira-me
faz-me endoidecer no teu calor!...
Na doçura secreta e louca
que me guarda teu corpo.
Cola tua boca na minha pele
desliza-te
beija-me
e me faz
de-li-rar!...
Te peço:
delirar
de prazer.
TUA MANEIRA DE AMAR
Meu olhar sempre aquele admirador
Aquele bom olhar sem malicia
Que se pudesse seria o grande ator
A tomar-te num beijo em caricias...
Mas não posso porque não queres
Ou não deves amar este “poetinha”
Que daria qualquer coisa que fosse
Pra tê-la por uma vida inteirinha...
Se não podes; não podes – é isto!
Não quero que este amor se torne
Um forçoso sacrifício.
Compreendo tua maneira de amar
Deixando sozinhas
Minhas lágrimas ao mar...
E NÃO SEI POR QUE...
Te amo tanto!
E não sei por que amo...
Se soubesse, não seria amor,
Seria invento.
ALMAS ENLAÇADAS
Meu maior desejo é ter-te comigo
Não por uma noite, por um gozo primitivo,
Mas por uma vida inteirinha...
Levar-te a ver o rio em pleno riso...
Dar-te abrigo ao meu peito – dentro e fora dele.
Desejo que transcende qualquer vulgaridade.
Se em verdade senti saudade do poeta,
Não mais sentirás
Porque contigo estarei sempre...
Mesmo que nossos corpos não estejam juntos,
Nossas almas, por certo,
Estarão enlaçadas no mesmo elo!...
MINHA MUSA
Minha Musa é linda!
Tem nos olhos uma flor
E no seio
Um pecado de amor...
MEU POEMA DE AMOR
Quero afagar teus seios, Musa
Deixar sobre eles num beijo
Meu poema de amor...
É fim de tarde... A luz clareia
O papel onde escrevo atento
Doidos suspiros poéticos...
Ai..., sou um mísero poeta
Recostado ao tapete e o olhar distante,
Cheio de mistério e poesia...
Meu pensamento busca-te no ontem
Você e sua blusa vermelha
E o sorriso largo de menina...
Quero sentir teu corpo, Musa!
Minhas mãos desejam as tuas,
Enlaçar-se no carinho do poeta...
Quero você completamente nua
Sem nenhum segredo, no meu peito
Tremente de amor!...
O HOMEM QUE TE COMPLETA
Fico pensando em ti horas inteira...
A rabiscar no teto recordações dos dias
Quando rias comigo inocentemente
Ou sabiamente o riso que lhes rias...
Verdadeiros risos aqueles...
Risos de amores
Alegres flores
Que o menino em mim admirara rindo...
O amor no meu peito grita enlouquecido...
Sinto tremores quando penso em ti
Paralisam-me os músculos – sinto frio.
Transpassa o coração um punhal de prata...
Queria tanto ter-te comigo sempre!...
Ser mais que teu amigo... Ser teu homem
O poeta que te leva aos olhos o poema diário...
Fazer de teu seio meu eterno amparo
Enquanto esta vida – efêmera – perdurar...
Ser, afinal, o teu poeta – o homem que te completa!...
NECESSITO DOS TEUS RISOS
Outras faces tentam, mas não sorriem
Com tão feitiço quanto os teus risos.
São eles labirintos que me conduz a um jardim colorido
Com flores diversas, em pétalas de prata.
Eu perco a seriedade de homem e me torno
Um menino a olhar perdido na face do sonho.
E fico horas e horas sem que me perceba
A vagar no teu rosto meus olhos perdidos...
Necessito dos teus risos, morena linda!
Eles são o amparo que me prende ainda
A esta pátria incerta...
São os diamantes que em versos procuro
Pra viver a vida na mais perfeita poesia...
Mirantes que me riem... Estrelas em guizos
São teus risos femininos...
Acordes de uma canção que me acorda
A ouvir os sons da mais bela sinfonia!...
Necessito, com ansiedade e pressa
Saudade e doçura...
Dos teus risos,
Morena
Linda!
INFINITO QUE NOS CABE
Abraça-me devagar e deixa teu ser prender-se ao meu ser...
Teus longos cabelos aos afagos de meus dedos...
Nossas almas se encontrar, fundir como dois faróis na escuridão...
Não há crime quando dois amantes se amam verdadeiramente...
Crime é deixar que o amor passe a vida inteirinha sem acontecer...
Que queres na verdade: as migalhas da vida breve
Ou pão da vida longa?
Sei..., não posso te levar comigo para além do desconhecido...
Que um porto nos separa nossas almas nalgum fim...
Mas enquanto não, deixe-me leva-te comigo
Ao infinito que nos cabem...
E assim, juntos, faremos do aquém, nossa casa breve
Com flores coloridas na janela...
REALMENTE A MULHER IDEAL
Ah!... Seria tão bom se esse amor conjugasse...
Se tu me amasse com o mesmo amor que te amo
Se não se importasse com meu jeito
E me aceitasse com meus defeitos...
E se viesse comigo a construir um sonho:
Ter filhos que sejam sábios,
Adoráveis,
Verdadeiros semeadores do bem...
Sei..., você realmente é a mulher ideal!...
Imperfeitinha a aperfeiçoar-se comigo...
Mas não me cabe fazê-la aprendiz
Desta grande arte que é ser feliz!...
LEMBRANDO
Deixei meus livros na estante, esquecidos, empoeirados, falando entre si, perguntando por mim, por onde ando... E eu, horas assim, inteiras, olhando o nada, escutando meus murmúrios, te lembrando...
Por vezes saio, à noite, por aí, trocando passos pela rua, falando à lua, confessando minha dor, minhas angustias e, te lembrando...
Já nem sei mais de mim, para que vivo, pra que respiro, apenas sobrevivo... Meus ideais andam apagados, meio que esquecidos... E eu, te lembrando...
Escrevo pouco, ou quase nada, mais silenciado em mim a cada dia... Alguns rabiscos, últimos versos, talvez... Eu, te lembrando...
Sei, não é fácil, nada é simples, sob minhas palavras um sentimento, uma verdade revelada; sob teu olhar um segredo de amor oculto... E eu, te lembrando...
Tenho lágrimas nos olhos, não vês, mas tenho. Estou chorando, agora... Preciso te encontrar ou fugir de ti, ir embora; deixar tudo, mesmo que, te lembrando...
Teus risos fartos, teus olhos moços, lindos, teus longos dedos acidentalmente ou intencionalmente encontrados aos meus; tua pele quente, teu perfume doce, teus suspiros de amor escondidos de mim... E eu, te lembrando...
Meus desejos aos olhos, revelados segredos; meus ciúmes ridículos, sonhos e medos... Sempre, te lembrando...
OTIMISTA
Sei, formamos um casal desproporcional... E daí! Tu te importas com os outros: com o que dizes? O que pensas?... Ou te importas contigo, comigo?... Não seria tão melhor dar liberdade a este amor? – se é que exista também em ti da mesma proporção que em mim–
Somos partes de algo semelhante... Substâncias da mesma forma... Porém, tu mulher, muito linda! Eu um homem não tanto feio quanto Sócrates, mas menos inteligente...
O que em mim te faz feliz não sei dizer, também não sei o que em ti me faz te amar...
Compreendo teu momento, sei o quão delicado o é... Pedir tempo ao tempo não sei se seria um bom recado, mas é preciso pensar, e pensar muito... Sabes que “águas passada não voltam mais” Se preferes recordar, que seja tua preferência!... Afinal, tens livre-arbítrio, tu és dona do teu destino!...
Tenho olhos deixados na janela em frente... Um futuro espelhado no horizonte me aguarda... Não quero ser monge, mas quero deleitar-me em coisas enigmáticas... Não tenho tempo a perder com desamores, melancolias, infantilidades... Tenho tempo a ganhar com a vida!... Esta eterna novidade!
Que se vão meus ais!... Que nunca mais eu sinta medo do tédio!... Que todos os prédios se afastem de mim!... Meu fim ainda não é chegado enquanto, enfim, eu não aprender o caminho à fonte onde eu beba a água que me trará vida plena... E eterna!
PEDINTE DE AMOR
Aprendi com o “poeta dos escravos”
“A noite foi feita para o amor!...”
Dê-me o exílio quente no teu seio!...
Arrebenta tuas vagas ao meu cais...
Mata-me de amor... – mata mesmo!
Mata-me a viver à eternidade!...
Do teu lábio farei o cálice aonde bebo
O beijo fogoso que me entorpece
No aroma gostoso do teu corpo
Antro onde encontro o meu repouso...
Ah, tudo em ti me encanta!...
A cor de tua pele tão macia
Teus olhos negros misteriosos
Presos nos meus por instantes...
Meu coração na tua ausência é triste
É como o moço pedinte de amor...
Na tua presença todo alegria!
É ele o colibri que encontrou a flor...
Dê-me o exílio quente no teu seio!...
Quero meu corpo eclipsar ao teu
Morrer de amor... – morrer e renascer.
A mais bela forma de viver!...
TUA AUSÊNCIA
A tua ausência é coisa que não me atrai
Não me acostumo aos suspiros frenéticos
Que o coração sofre enquanto distrai
O meu olhar neutral, meio patético...
Prefiro suspirar na presença que na ausência
Nessa angústia de ter-te tão longe..., distante...
Mesmo que baixinho pra que não perceba
O meu amor tão grande e crescente...
Prefiro compor versos olhando-te e rindo
De tua meninice mais pra adolescente...
Esse jeitinho que me fissura
A olhar-te, somente ti, unicamente...
Prefiro não ter-te na presença que na ausência
Mesmo que teus olhos ocultem algo
Talvez um labirinto que me leve um dia
A ter-te na presença mais que presente.
Se é pra não te ter que não seja na ausência.
VOCÊ
Teu corpo é todo minha sensibilidade...
É como se eu pintasse em tua pele
todos os meus sonhos...
Que não me houvesse outro credo
senão
você.
TEU PERFUME
“O Perfume é o invólucro invisível,
Que encerra as formas da mulher bonita.”
(Castro Alves)
Há uma essência em tua pele que me enfeitiça
Um calor que desprende de teus seios quentes
O perfume que perfuma os perfumes...
Teu perfume me faz querer revelar
Os segredos de contar a tua pele
Meus desejos nas palavras que versejo.
Por mais que a poesia me é confidência
Não exprime, e nem pode
O feitiço que me traz tua essência.
Sem tua essência os perfumes são ausências.
CANÇÃO DO POETA
(inspirada em “Canção do Boêmio” de Castro Alves)
Esta noite fria te desejo nua
Tremente o desejo em arrepios
Juntando minha boca a tua
Aquecendo-me o corpo do frio.
Jú formosa! Tu és minha Eurídice
Sou Orfeu perdido ao teu encontro
Sem ti, sem ti, meu coração é triste
Como um passarinho que se perdeu do antro.
Apaixonado eu vou pela sala
Fujo um instante o pensar nela
Mas a lembrança de Jú me cala
E eu volto a pensar sem trégua...
Diz-me a razão chamando-me a um canto
“esqueça de uma vez esta menina!”
Diz-me o coração “não sejas tonto,
Busque aquecer tua morena linda!”
Minha vida parece uma novela
Onde a cada drama surpreende;
És tu minha atriz – a mais bela...
Eu teu poeta – o mais ardente...
Pego a caneta... escrevo um poema
Que traduza em versos meu amor crescente...
Dê-me uma noite no paraíso, ò morena!
Quero dormir no teu seio quente...
Viver o amor queimando em brasa
Ouvindo-te dizer que és minha calma
E eu repetindo-te: tu és minha amada
Aquela que me soube beijar a alma...
Jú! o amor deste poeta a te pertence
Cuide-o para que não vá a outro cais...
Vem me prender no teu seio quente...
Jú! Eu sem você nunca mais.
Deus do amor há de brindar nossa taça!
Minha “neguinha”, meu doce repouso...
Vem pros meus braços, que a primavera passa
E não quero perder teu aroma gostoso...
É triste quando chega o inverno,
Maldoso inverno que nos paralisam...
E quando lembrar o teu riso terno
No meu rosto poeta lágrimas deslizam...
No entanto ainda o amor fogoso
No meu peito grita a morena linda!
Seu corpo perfumado, formoso...
Onde guarda a inspiração que me fascina...
Se tu viesses a meu peito lírico
Romper teus lábios num beijo quente
Todo o universo num cataclismo
Cobriria de estrelas nosso amor ardente...
Fecho os olhos e a vejo afinal comigo...
A Musa que sonhava! Aquela que preciso!
Jú, Hein! Dá-me no teu seio abrigo!
Seja teus braços o meu último exílio.
A MAIS PERFEITA TAÇA
Tão doce olhar... – feminino.
Tão sensual morena nesse vertido...
Jeitinho menina num corpo mulher...
Princesa, rainha
Um sonho, um querer...
Secretamente me sugere
Meu pensamento poético
Um mergulho intenso
No mar em tua pele...
Morena tão cheirosa!...
O olhar do poeta amoroso
Vai descobrindo devagarzinho tuas formas
Desnudando por inteiro o teu corpo...
E bebo em tua boca e no teu seio quente
O vinho saboroso que me embriaga
Na mais perfeita taça da embriagues
Sem malicia, te amar completamente!...
A MORENA NO VESTIDO ALARANJADO
Abrem alas o poeta pra Musa passar!...
E ela vem e passa... É linda! Formosa!
E deixa seu perfume de rosa
No ar...
Num sorriso ela diz
Ao olhar do poeta que a admira
Desfilar no Sambódromo, na avenida...
“seu bobo, quero a poesia ao meu vestido”
Na página da memória formam-se versos – encanto!
Ao doce poema
A morena
No vestido alaranjado com detalhes verde e branco.
DE AMOR A SUSPIRAR
Tua pele é a superfície deleitosa
Onde meus olhos poetas
Escrevem versos de amor!...
Morena, linda, tão cheirosa!
As mais doces pétalas
Tecem-te formosa flor!...
No doido desejo de quietar
Meus lábios fogosos em teus seios
Vivo de amor a suspirar!...
TUA BOCA
Tua boca a taça
Na qual desejo
O beijo...
Lábios róseos
Seios firmes
Deleitosos...
Tua boca a calma
Tua cor delírio
A alma...
Olhos doces
Pele quente
Ardente...
Tua boca o vinho
Teu seio
O ninho...
– ao poeta
GUERREIRO DA PAIXÃO
Minha flor!... Paixão que me incendeia a alma
Que a distância não acalma...
Ah, como a paixão nos feitiça o coração...
Furtam-nos a consciência do medo
E põe-nos no “reino da ação”.
Quero lutar, me entregar a batalhas sangrentas – se preciso.
Quero amar, deitar-me no teu seio quente
– necessito.
E olhar as estrelas dos teus olhos bobamente...
Não tenho medo – não tenho mesmo!
Sou como o bardo em busca de Helena...
Quero acalmar a guerra em tua pele morena...
Sonho a calma dos teus beijos, amada.
Deixe o coração no teu peito chamar o poeta...
Diz-me silenciosa de amor: sou eu quem te completa.
Só no teu seio, minha flor, é que me encontro a paz...
A esta guerra que batalho a tempo!...
Sou poeta!
E o poeta quer vencer a guerra pra ter sua Helena!
ENQUANTO ESTIVER POR PERTO
Enquanto estiver por perto, perdão
Por que os versos não os contenho não.
São suspiros secretos que se revelam
Aos meus olhos sempre acesos
A tua beleza que me envaidece...
Musa, há dias que o gênio no peito
Torna impossível contê-lo
Então, escrevo, escrevo, escrevo...
Escrever-te é te amar na doçura dos versos
É versejar-te na loucura sincera
Olhando as flores destacando-te entre elas...
E escrevendo-te vou te amando, amando...
A cada detalhe que me faz te amar.
ANGÚSTIA DO QUERER
Na angústia do querer... – e não te tenho
Sinto o gosto do prazer dissoluto...
Ai!... – mil ais de amor soluço
Ao recriar tua imagem, o desenho...
Eu te quero..., desejo sempre
O prazer consumir no teu corpo
O perfume dos perfumes mais gostoso...
Quero o beijo de teu lábio quente
Tocar e beijar tua pele morena
Aos meus impulsos de amor ao poema...
MEU CANTO
Meu canto não sabe ser outro senão
Cantar-te na arte dos meus versos...
Minha princesa – Musa bela
Tem olhos mais lindos do universo.
É doce, macia, quente e cheirosa
A superfície gostosa da pele tua
Inspira-me, delira, flutua
Às asas do amor que é paixão...
Quero viver de cantar a ti, Musa
Como fazem as cigarras no encanto
Viver de cantar e morrer cantando...
TUA ESSÊNCIA
Tenho o verso como nada simples.
Permita-me sentir na tua pele o perfume...
O verso, Musa, é tua eternidade!
Formidável minha Musa! – és formidável!...
Das estrelas tens o brilho da paixão...
Faz-me enfeitiçado em cada jeito
Que me aquece a beleza ao coração...
Encantada minha princesa! – és encantada!...
Inspiração dos meus versos mais lindos...
Canção que me leva a dançar... – às nuvens
Envaidecido em tua cor, tua pele, teu rido...
Eu te amo, minha rainha! – te amo muito!...
Sinto ardente o meu peito à ausência
Do teu corpo que me atrai ao desejo
De querer-te mais..., sempre mais tua essência.
DEVORO-TE
O teu corpo é todo desejo ao meu...
Não há sequer um cantinho
Sem que meus lábios queiram tocar num beijo...
É todo sonhado..., e não há defeitos
Aos olhos do amor que te amo...
Nua... Quero-te nua comigo
Na voracidade de um amor terno...
Se tu me pedes “me devora!”
Devoro-te ao erotismo do meu corpo...
Na cama livre ao nosso amor
Nossos corpos enlaçados..., desejosos
É único corpo... – um só!
Devoro-te..., porque o amor em mim
É mais que sensações...
Devoro-te..., num desejo que transcende
A realidade dos corpos feitos para o amor.
SOLUÇO DE AMOR
Preencho minha boca no teu seio doce
E vou deslizando minhas mãos
Na curvatura morena de tuas coxas...
Aos meus impulsos de amor te trago
Ao paraíso natural da volúpia.
Conduzo-te ao mais intenso gozo...
Trago mil beijos do teu lábio ardente
E vou desenhando minha boca
Em cada detalhe de teu corpo...
Soluço de amor – deliro!
Aos teus e aos meus gemidos...
...de amor!
TE AMAR NO VESTIDO VERMELHO
Ai!... tua pele morena no vestido vermelho...
Combinação perfeita ao meu desejo.
Tu és o vinho na taça que me dou a embriagar...
Permita-me te amar no teu vestido, Musa
Beijar-te as coxas em caricias...
– lindas coxas, grossas, perfumadas...
Ai!... paixão morena... loucura doce!
Quero dobrar-te as bordo do vestido
Rompendo aos pouquinhos o tecido...
Prenda-me, oh Musa, a tuas coxas morenas...
Deixe-me beber na flor o vinho
Que me entorpece ao perfume dos perfumes...
Ai!... ternurinha linda!... meu doce preferido...
Aqueça-me os lábios aos teus gemidos...
Quero te amar!... Te amar... Te amar...
Completamente te amar... – no teu vestido.
IMPULSOS DE AMOR
Traga teu suspiro ardente ao meu peito fremente...
Diga mil ais de amor num só sussurro!...
Cola tua boca na minha boca e tuas coxas
Nas minhas coxas...
Ao teu ouvido meu sopro quente... – sinta!
Aos teus cabelos minhas mãos prendem – como a fita...
Olha-te nos meus olhos no momento extremo...
Trema-te aos meus impulsos de amor e diga
Que me ama me ama me ama...
AO RITMO DA PROSA
Minhas mãos na habilidade do escrever anseiam
por seu corpo moreno, perfumando...
como um escultor a correr livremente cada detalhe
que a natureza te compôs mulher...
Ao ritmo da prosa, sem vulgarizar as palavras
na superfície gostosa de ti
corro a pena e escrevo-te no seio deleitoso poema...
Que a vida seja breve, meu bem, mas que pra nós seja mais que sempre!
Que os livros acolham nosso amor como a flor
na página da eternidade!...
JULIETA LINDA
Antes que eu vá embora permita
Que eu leve do teu seio a essência.
Deixe-me viver beijos na pele tua,
Ter-te aos meus braços completa e nua...
Não me deixe partir sem que eu beba
O perfume de todos os perfumes...
Julieta linda!... repousa-te no meu peito
E deixa sobre mim teus beijos em fogo...
Rias comigo os risos mais doidos e goze
De um amor que o tempo não transforma em cinzas...
MEU SONHO DESCOBERTO
Teu corpo é meu sonho descoberto
A transpirar aos meus impulsos de amor...
Aos versos compostos no deleite mais secreto
Do perfume de teus seios, no calor...
Quero beijar-te a pele toda nua...
Preencher de meus beijos sonhados
Cada cantinho onde meu desejo acentua...
E no delírio de amar contornar tuas curvas...
Com minhas mãos entre caricias compor
O mais belo e doce e doido versos de amor!
NÃO...
Não..., não me deixe morrer esse amor
Sem que no teu seio repouse meu peito
E nosso coração cante a mesma canção!...
Não..., não me deixe meu lábio do teu sequioso
Embriagarem-se nos de noutras moças
Em busca do vinho que só encontro em tua taça!...
Não..., não me deixe ofegar na lembrança
De tê-la sob o meu peito
A suspirar tremente de amor!...
Não..., não mesmo...
Tu sabes que te amo como um louco!...
– numa doçura de amar sem igual.
MINHA FLOR
Meu pensamento poético nos desenha
Em cores vibrantes, reais!
Numa cama livre sem regras ao nosso amor...
Procuro em teu corpo os suspiros quando
Minhas mãos tocam-te a pele despida
Enquanto meus lábios beijam-te com doçura...
Bebo atentamente o néctar perfumando
Que me transpiram teu corpo desejado...
Minha flor! Essência que me aquece o querer...
Vinho que me conduz ao mais natural prazer!
Minha flor! Desejo mais secreto e amoroso,
Prazer mais intenso, saboroso...
Sente os beijos de amor, Julieta!
Deste condor poeta que busca em teu corpo
A liberdade ao mais puro querer!...
TODO TEU
Desenho meu corpo sobre teu corpo
E estremecido de tanto amor
Minhas mãos recatam-te a pele nua
Com a mesma caricia de compor...
Sem cisma de se perder vou me perdendo
Nas tuas curvas... – morenas coxas!
E tu sorrindo de prazer intenso
Suplica-me o gozo no infinito...
Endoidecido sou eu na presença tua
Só teu corpo é que me desperta
A morfina ao meu delírio...
Só ele quem meu ser escraviza...
Nada de pele – tudo de amor!
Apenas um toque e sou todo teu.
APENAS UMA NOITE
Fica comigo esta noite... Só esta noite – apenas...
Não te peço mais nada amanhã... Porque esta noite
Serão todas as noites... – inesquecível!
Uma noite de amor numa cama livre...
Dois corações a palpitar aflitos...
Dois corpos entregues a um prazer incontido...
Não me deixe ir sem teus beijos de fogo
Sem que eu sinta o aroma dos teus seios quentes
Teus gemidos de amor ao meu peito virgem...
Chama-me! Sabe como... Virei correndo...
– como um louco!
Na ânsia de encontrar teu corpo
Num abraço insano qual dois infinitos...
Chama-me! Por favor... Não me deixe ir – não.
Sem que eu mergulhe no oceano em ti
Perpetue o instante deste amor borbulhante...
Fica comigo!... Senão uma vida, uma noite – apenas.
NOITE FRIA
Sei... Fria noite me toma o corpo!...
Em que braços adormece teu cansaço?...
Que boca te beija?... Tão frias
As mãos que te afaga a alma...
Noite fria... chuva breve nos telhados...
Se amanhã fosse o dia de eu partir
Que seria de ti?... Um histérico gargalhar
Ou um pranto sem fim?...
Talvez mesmo rias quando eu for
És talvez fria como a noite... leviana!
És a melodia que canta os telhados
Tão triste... tediosa... fria...
Queria que esta noite fosses minha!...
Que a música da chuva fosse rock
E não esta serenata estranha, chata!
Que vão fazendo dos telhados suas teclas...
Queria ser teu... Só teu – esta noite.
O COLIBRI E A FLOR
Aceso o colibri procura a flor
Que o cativa de todo seu desejo...
E cobre-lhe dos mais apaixonados beijos!...
É amor no seu querer mais “doido”.
Na taça do prazer embriaga-se
Do néctar perfumado que lhe atrai...
Cada pétala beijada um arrepio doce
Vem acender seu desejo ainda mais...
Em goles deleitosos canta aos beijos
Aquecido aos pulsares da orvalhada flor...
Beija..., em beijos profundos... – de amor
Deixando sobre ela todo seu desejo...
Que canto nobre a paixão nos traz
Na mais perfeita entrega ao amor...
Quando o colibri – apaixonado – beija a flor.
...DE AMOR
Vem! traz teu corpo sobre o meu, morena!
Cavalga...
Delira...
Ama-me o corpo com sussurros...
O calor dos nossos corpos se mistura...
Nosso desejo...
Nosso beijo...
Nossa doce fúria de amar...
Vem! preencho tua flor com o colibri...
Meus impulsos...
Teus pulsares...
Nosso gozo...
...de amor!
O ÚLTIMO APAIXONADO
Eu olhei teu corpo de um jeito diferente...
Amei com desejo
E desejei com amor – intensamente...
Permita-me beijar no teu corpo
Os meus versos de amor mais doidos...
Afagar-te o rosto na doçura de compor
Ouvindo-te dizer dos teus desejos mais secretos.
Tuas pernas e coxas, teus braços e ombros, seios e quadris...
Excitação divina que me delira o corpo,
Taça deleitosa onde me embriago lúcido...
Dê-me a liberdade de pousar-me um instante...
Um só instante de eternidade no teu seio quente...
Oh, Minha rainha mais bela!
Deseja o colibri beijar a flor antes que passe a primavera...
Ah..., maldade a um ser que devota a mulher
Que verseja o amor na excitação dos versos...
Que a deseja no mais simples e sublime querer...
Dá-me teu beijo ardente, oh, musa... Teu seio macio
A um poeta desencontrado de sua geração... – febril
Que leva no peito o último coração a suspirar de amor...
Não há crime, não há! Neste amar em chamas...
Nenhum pecado consome a alma de um homem que
Namora os traços e as curvas da mulher que ama...
O TAPETE DE AMOR
Minha menina! Minha garota!
Vem dançar comigo na lua!...
Trago-te as nuvens e te faço um tapete
Onde eu possa te amar completa e nua...
Vem comigo... – Juliana linda!
Pousa-te os lábios no meu peito
E roça-me os pêlos com teus dedos...
Vem brincar de amar, minha musa!
Olha-me nos olhos como quem tem fome...
...de amor!
E beija-me nos lábios com sede...
... de beijos!
Minha morena linda! Perfumada... – quente!
Deixa tua pele a minha pele... – rente
E amemos no quarto, na sala, no tapete...
NOSSO BORDADO
Venha bordar comigo em nosso lençol
O mais terno e lindo poema de amor!...
Entre beijos a caricias juntinhos compor...
O dueto dos corpos entregues a paixão!...
DUETO DE CORPOS
Desliza tua boca no meu corpo
E dê-me mordidinhas de leve...
Enroscam tuas coxas as minhas
Devagarzinho como o cair da neve...
Sussurra de amor ao meu ouvido...
Compomos juntinho um dueto
De corpos prendidos e gemidos
Na eloquência do nosso desejo...
Faça-me em teu prazer endoidecido
Leve-me ao estremo do teu orgasmo
Assim conhecerei o paraíso
Entre tuas pernas, aconchegado...
DESPIDO
Despi-me todo pra você...
Meu corpo e minha alma
Meus anseios e desejos.
Contei-te tudo
Nada escondi
Porque meus olhos não sabem fingir...
Então?...
NA AUSÊNCIA
Meu corpo na ausência do teu corpo é fogo
Que me dilacera a alma pouco a pouco...
Abraço-me quando o calor é mais pungente
E sinto-te ao meu peito tremente...
Ouço tua voz dizer-me doce e discreta
Que sou o teu moço amado, teu poeta...
E mais fogoso sinto o corpo quando
Aos teus beijos e abraços desejosos...
Ai, sensação de prazer que o desejo me traz
Delírios sem respostas aos meus anseios...
Queria esta noite derramar no teu seio
A taça dos desejos que comigo trago...
Depois do delírio me acordo na ausência
Do corpo da amada sem que eu beba sua essência...
TE QUERO
Te quero de um querer que palpita
sem estranha loucura
de uma candura
extinta.
PERMITA-ME
Permita-me, mulher amada!
Eternizar teu corpo num poema de amor...
Embrulhá-lo com meus beijos mais puros e secretos.
Deixe-me romper-te os lábios na doçura de compor...
Quero sentir-te inteiramente minha
No calor dos meus beijos desejosos...
Mulher amada! Somente tu é que me despertas
Os mais doidos e doces versos.
E eu não quero que percam na ausência tua...
Mulher amada! Permita-me recostar a boca a tua pele,
Beijar-te com a doçura que o colibri a flor...
Perpetuar no teu corpo esse amor!...
AMA-ME!
Morra meus olhos nos teus olhos
Que o mundo é vasto de mais!
Caia teu corpo sobre meu corpo
A cama espera por nós...
Ama-me com tua volúpia!
Com tua flor e com...
... tua língua...
Ama-me!
“A NOITE FOI FEITA PARA O AMOR”
Anseio navegar no mar em ti
Deslizando meu corpo ao teu
Suavizando nossos toques
Numa troca voraz, harmoniosa...
Nas tuas gostosas curvas deixar
Correr meus lábios quentes no desejo
De beijar-te..., por inteira beijar...
Quero sentir na tua pele aos tremores
Do teu orgasmo que me chama pra te amar...
Saciar teu querer junto ao meu querer...
Noites de Romeu e Julieta – te prometo.
Noites de Isolda e Tristão – apaixonados!
Noites tão só nossa para o amor...
Como o “poeta dos escravos” digo:
Vem comigo, sei de certa mágica
Que te conduzirá ao perfeito êxtase...
E tu sorrindo-me perguntas: “És feiticeiro?”
Fechemos as janelas, minha Musa
E amemos incansavelmente...
“A noite foi feita para o amor”.
O ATO
O desejo intenso
no corpo febril...
o beijo tenso
e flor se abril...
o orvalho brilhou!
o amor...
... concluiu
– o ato.
MINHA ORQUESTRA
Há algo em teus olhos e em teus olhares, em teus lábios e teus sorrisos, em cada parte que compõe teu corpo... lindo!
E tudo exerce grande fascínio sobre mim, e eu não sei explicar.
Mas, bobo eu tentar explicar o que não se pode explicar com palavras, o que apenas se pode sentir,
e com o coração.
Por isso, sem explicação alguma, eu te amo!
Endoidecido é o coração do Poeta
Quer saltar do peito a Musa linda!...
Num canto sublime orquestra...
Criar asas e voar pela vida!...
Como pode uma mulher ter um homem
De sonhos maiores que o Everest?
Como pode tornar-se única prece
Nas orações deste moço que é poeta?...
Isto é delírio! Fascinação! Loucura!
Amor paixão na mais doce ternura...
Isto é belo! Tem alma! Flutua...
E vai ao espaço buscar-te a lua.
É o calor em tua pele morena... – macia.
O perfume no teu seio tão lindo!
A orquestra que me leva ao delírio
E me faz do peito endoidecido!...
TEU POETA
Queria que viesse comigo... – que só viesse
Que me recebesse por mais que amigo
E que no meu lábio teu beijo pusesse
Que no teu seio adormecesse-me contigo...
Queria que me beijasse sorrindo – repleta!
Que tua boca no meu peito percorresse
E que gemendo e cantando me dissesse
Que sou teu, somente teu... Teu poeta.
SONS E DELÍRIOS
Os sons mais vivos me vêm da tua pele quando
Meus dedos trêmulos tocam carinhosamente...
É como se escutasse os arrepios em nuances
De cores que vão surgindo gradativamente...
Daí o desejo de recostar meu lábio no teu pescoço
E beijar um beijo de estremecer teu corpo...
Ver que nos meus olhos adormece louca!
Pra receber novo beijo em tua boca...
Então te beijo os mais doidos beijos de amor!
E juntos redescobrimos o paraíso nus...
E levando-te nas minhas asas de Eros
Conduzo-te aos meus afagos, meu calor!...
E já em nosso ninho amamos... – amamos loucos!
Devorando nossas curvas, enroscando nossos corpos...
Beijando nossos beijos... – no sabor
A excitação sublime que perpetua...
Nosso instante único... – de amor!
O teu corpo é uma orquestra que me faz delirar!
– delirar de amor.
A TAÇA DA INSPIRAÇÃO
Byron fez do crânio humano a taça prá beber inspiração...
Eu fiz do teu seio doce e perfumado.
SE VOCÊ ME AMASSE
Se você me amasse, seria tão perfeito
Seriamos eternos em nossa felicidade...
Não faltaria em nossa cama o amor conjugado
E gozaríamos em ser amantes pra eternidade...
Se você me amasse, do modo que te amo
Seriamos simples e ao mesmo, eloquentes
Juntos atravessaríamos oceanos
E iríamos de mãos dadas ao infinito...
Se você me amasse, somaríamos forças juntos
E construiríamos nosso castelo dos sonhos
Tu serias minha princesa e eu teu príncipe
E teríamos filhos lindos com teus lindos olhos.
Se você me amasse, iríamos à Londres ou Paris
Mesmo que demorasse uma eternidade
Viveríamos a beleza de sonhar juntinhos
Aproveitando o instante em sua brevidade.
O GÊNIO ADORMECENDO
Sinto que os versos se calam
e nada diz mais porque...
do teu seio,
oh, musa!
o perfume exala...
É o gênio do poema adormecendo em mim.