Um Visgo de Inspiração

Cerro os meus lábios

em uma promessa desmedida;

sequer elucidam tal gravidade.

Sempre à julgar-me variável,

me vejo invólucro de minha

fortaleza de areia.

Todas as minhas fagulhas

fazem por ti questão...

Fizeram uma clareira sem medidas

em meu coração à meia-Luz.

Hoje não há tinta, nem papel...

Amanhã não sei quais não serão!

Digo com a pele estremecida.

Espero não pousar nenhuma

borboleta em meus dedos,

tenho obstinação em voar.

Mas se vieres toma-me

pelas mãos, pés cotovelos,

quadris, ombros, mente...

Se aqui chegar, venha com

exatidão; a mesma que vejo

nas folhas das árvores na sua

breve e comovente vida, mas que

em nada vejo exaustão.

Jack Sousa

Pela fresta
Enviado por Pela fresta em 08/02/2018
Código do texto: T6248152
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.