Um Visgo de Inspiração
Cerro os meus lábios
em uma promessa desmedida;
sequer elucidam tal gravidade.
Sempre à julgar-me variável,
me vejo invólucro de minha
fortaleza de areia.
Todas as minhas fagulhas
fazem por ti questão...
Fizeram uma clareira sem medidas
em meu coração à meia-Luz.
Hoje não há tinta, nem papel...
Amanhã não sei quais não serão!
Digo com a pele estremecida.
Espero não pousar nenhuma
borboleta em meus dedos,
tenho obstinação em voar.
Mas se vieres toma-me
pelas mãos, pés cotovelos,
quadris, ombros, mente...
Se aqui chegar, venha com
exatidão; a mesma que vejo
nas folhas das árvores na sua
breve e comovente vida, mas que
em nada vejo exaustão.
Jack Sousa