INVOCA
Invoca
Ela provém do inferno
das docas de navios
piratas atracados
no porto das solidões
dos verões da alma
de malditos que mal
desenham apenas
no rosto atrofiado
uma farsa viril de causa
de calça e a frase
copiada do calendario
Provem a antipatia
do estado alterado
que fica no ar perdido
nenhum antídoto
nenhuma vodka
nenhuma mistura
depois que alucina
teus pés resolvem
bailar sozinho
querendo encontrar
nela a ultima mulher
viva de tesão profundo
que entoa uma voz
grave recitando versos
pedindo ao incerto
que sirva este suor
deslizando no pescoço
sente um pouco
mais perto seja louco
atravesse o mundo
encardido destes
que perguntam sobre
minha pouca roupa
mas falam dos seus
carros e do relógio
que usam...
João Marcelo Pacheco