Sombras de uma poema curto... e outros curtos
Curto, um poema
Que a sombra da mão, trêmula
Esconde a palavra: problema
Se esquece do mundo
Dos tremas
Nos trâmites mudos, a senha
De um portal sem fundo, nem tema
No olhar moribundo, de um lema
Que não há, este é o lema
Versos de terra
Versos que os pés escrevem
Que as unhas sujam
A pena entre os dedos
As cócegas dos desejos
As marcas do céu na terra
São lágrimas
Versos que enterram
As feridas, e as pegadas
Uma vida passou por aqui
A benção do seu canto
Todo dia, as árvores cantam
Com as sombras dos cantos..dos passarinhos
A benção, por seu encanto
No canto das nuvens
Nas asas do céu, em que vivem
Nos galhos, nos ninhos, nos timbres
Grato, por sempre ter o seu canto
Falo para um, sabendo que são tantos
Os meus amiguinhos...
Na sonata.. de cada piano,
Tocam as teclas, fininho
Agudos sopranos
Queria eu, ter essas asas sentindo
Além do chão, das tropas humanas e do seu pranto
Obrigado, pelo enquanto, divinos!!
Quando a lua encontra o sol
Ele já está se despedindo
Ela ainda está se despindo
Ele está com sono, quase dormindo
Ela está risonha, solta no recinto
Quando a lua encontra o sol
Ainda é luz
Apagada pelos raios dourados
Pálida no céu azul
Despertando, calçando os sapatos
Quando eu encontro a alegria
À espera, na esperança de vive-la
Na ânsia de sorve-la
Na negligência de se-la, quando a vive
Desdém, acha que é só mais uma semana
Mais um dia, mais um sonho triste
A alegria, na fluidez de se esquece-la enquanto tê-la
A crença resiste
Que pensar demais faz mal à cabeça
Andando com os pensamentos
O romântico
O sonhador
Descama a pele no sol pálido
Declama em versos nunca escritos
Os seus sentimentos,
De estar sempre aos sustos, ao espanto com a vida
Maravilhado e, ela, doída
Ele anda com os pensamentos
Pelas ruas e chega aos becos sem saída