Ainda Sobre A Saudade

Saudade é parte

De partir e ficar.

Saudade é parte

Estilhaçada em flashes

Das mãos

Do olhar morno

Do sorriso

Do encanto.

É gélido desencanto

No canto da sala

De estar... Vazia.

É o cheiro da chuva

Que cai do olhar.

É aperto no peito

Mas sem mal querer

Tampouco machucar.

Saudade é gota

Ritmada e constante

Que ensurdece e cala

O que não se é permitido

Falar.

Saudade é calar

E guardar em dobras

Quase arrumadas

O desejo de voltar.

Saudade é aceno

À cada segundo que separa...

E espaça... Silenciosamente

O que nunca foi...

O que jamais será.

O que é confuso

O não saber-se e nem caber-se.

Toda a saudade é descabida

Porque cabe no retrovisor.

Do verbo Amar.

Saudade é pétala

Da flor do Amor

Que cái do céu... Assim... Tão despretensiosamente.

Não avisa... E não tarda.

Saudade mente a boca.

Saudade fala apenas

No olhar.

Criaste tu a saudade

Decerto também a sentes

Da inocência nossa

E convida-nos... Pacientemente

Ao lugar do começo.

….... Posto que a saudade

É tempo estancado

No estopim que eclode... Silencioso...

Em todo o começo.

Karla Mello

06 de Fevereiro de 2018

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 07/02/2018
Código do texto: T6247479
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