PARREIRAS DO SÃO FRANCISCO
Nessa pobre caatinga bem nordestina,
com secura e mormaço - seio do sertão,
água nobre respinga, vem cristalina,
sem quentura, no terraço - meio do patrão.
Naquela berrante fronteira bicolor,
estão parreira e latente mato nativo;
seqüela errante, besteira sem pudor,
senão matreira e potente fato ativo!
Ó, palhaço sem cores, monocultural...
inovador em boas matas, és festivo!;
ó, espaço com dores, unicultural...
revelador: destoas, matas, és cativo!
Baco, em ingestão golada de vinho,
condena pé que apenas Deus plantou:
naco de plantação cortada, espinho...
amena fé que, em cenas, Ele cantou.
SSA/BA, 27.01.98.
Publicada na Revista do Vinho em 1998, Bento Gonçalves - RS.