A MEIA DA NOITE

A noite ao se vestir de meia,

ficou parda... Parada e aliviada.

Diante do seus tentáculos rotineiro...

Ela rebuçou-se sob o lençol prata

da lua, respirando a cor, e as gotículas

cristalizadas de orvalho, só para

ouvir, as passadas que passavam em

passos fartos pela calçada.

Ela viu as sombras se esgueirando

pelas pedras da rua... Enquanto isso, a

indecisão dos sonhos, sonâmbulava

pelos sentimentos do medo.

Os dentes trêmulos da meia noite,

faziam-se ver e ouvir pela madrugada...

E como sino batiam, a meia dúzia

de badaladas, a noite se fez aurora

e a barra do dia emprestou nome de

extração, para todas as canas assadas.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 04/02/2018
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