A voz da terra
Uma voz, uma vez, era uma vez. Vê? Uma voz escondida por baixo da chuva. Uma voz que chove em minhas mãos, uma voz que escreve e raia em tudo que troveja.
Veja. Que não se pode ouvir. Uma voz silenciosa e muda. Uma voz aguda. Grave som diluído em nuvens rubras. Uma voz-segredo. Uma voz ardendo ao chão.
Terra! Terra! Por mais distante, o errante navegante, quem jamais te esqueceria? Não. Não se esquece. Uma voz cantando ao canto. Um canto de liberdade, arrebento de prisão.
Era uma vez outra vida. Flores nascidas de cheiros amarelos. Flores explodidas. Flores sem canteiro. Flores no mundo inteiro. Flores a Caetano. Flores versos. Flores vivas.