GENTIOS

GENTIOS

A cantilena de todos os tons

Agridem ouvidos tantos moucos

E não são poucos

Cansados de tantas diatribes

Não há porto para arribe

Onde haja harmonia

Som que não seja gutural

Que o ritual não seja odiento

De morte sedento

Adeus civilidade

Adeus qualidade

Adeus amizade

Flores apenas no túmulo

Em acúmulo

Sem perfume

Sem beleza

Apenas ardume

Em olhos cerrados

Pela morte do sujeito

Sem verbo

Gentio que não sabe mais

Ser gentil

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 03/02/2018
Código do texto: T6243917
Classificação de conteúdo: seguro