O NEGRO SONHADOR (Michaell) The Black Dreamer (Michaell)

I

Sonha velho amigo...

Sonha com discos voadores...

Sonha com anjos,

eles vem e dançam,

sobre tua cabeça há castelos,

crianças cantam e pintam,

negro é o horizonte da cidade.

II

Negro de olhos misteriosos

que resfolegam num acordar frenético,

nos olhos do tempo há luares primazes,

e de primazia se constrói nuvéns negras,

mulato pobre, negro mulato alegre,

todos na cidade escondida à ti observam.

III

Medo do mundo sem poesia?

Negro mulato e pobre de sonhos?

Jamais na boca da virgem donzela,

perdido no carnaval de insanos,

encontrado no umbral tenebroso,

donde monstros da devassidão escrevem minuetos,

é o sonho do escravo moralista...

IV

Negro sonhador...

Rapaz assalariado de piadas,

jogado no lixo da encontrada misericórdia tardia,

onde oram milhares de cisnes azuis,

donde gansos comem vacas peçonhetas,

é o final da era de brasilidade inútil,

quando políticos meneiam a cabeça surdos e cegos,

o negro sonhador é um sapo encantado?

V

Eu que negro sou e mergulhado no mel,

Donde abelhas sucumbem nas trevas,

o negro sonhador é cearense ao pé de jambo?

perdido na Redenção de pecadores,

num acarape místico de fantasmas,

Redenção é sofredora de ninhadas de lobos?

O negro sonhador nascido no barro vermelho

encontrado nu nos portões do além.

VI

Negro sonhador, e pipocas salgadas...

É um menino sem um amor por transas,

é um mulato nas Quimeras de fevereiro e nada mais...

Mulato da Redenção de Fátimas puras sem amor

Redenção cálida de atenção...

Minha mãezinha é um anjo encarnado neste tempo?

O amor do sonhador à vislumbrar as gozosas lembranças,

devassidões das estrelas à me guiar ao Paraíso,

no céu dentre tantas mães imortais em flor.

VII

Negro mulato sonhador,

negro que não se importa,

negro de sono sem saúde nos feixes da alma...

Nunca se viu um pecado em poesias,

poesias de uma Redenção aclamada na gentileza,

quando verás amigo velho que ser preto e mulato

mulato vivo de uns pecadores sujos de favos...

Quando saberás a verdade deste carnaval preconceituoso?

Quando meu amigo Michaell sentirás o vislumbre?

VIII

Negro pobre, negro sonhador,

perdido e tão encontrado na fascinação...

Negro mulato de poesias a poemar não sei que sangrias

eu percebo que tudo se conclui no apogeu dos infernos,

oh Quimera de dragões vermelhos de paz

desencontradamente no sol da negritude minha?

Vamos é a hora de dizer as motanhas de Marte...

Se acabe poesias e o poemar, dancem órfãos do alheio

é para sempre no círculo de fogo um só amor...

... No sonho do mulato entre versus de esquizofrênia.

Pois em tantos lugares escolher onde ir é dádiva nobre...

Deus salve silencioso rapagão o alegre alegrete?

I

Dream old friend ...

Dream about flying saucers ...

He dreams of angels,

they come and dance,

on your head there are castles,

children sing and paint,

black is the city skyline.

II

Black with mysterious eyes

who breathe in a frantic agreement,

in the eyes of time there are primeval moons,

and black cloud is built of primacy,

mulatto poor, black mulatto cheerful,

all in the city hidden to you observe.

III

Fear of the world without poetry?

Mulatto black and poor of dreams?

Never in the virgin maiden's mouth,

lost in the carnival of insane,

found in the dark threshold,

where monsters of debauchery write minuets,

is the dream of the moralist slave ...

IV

Dreamy black ...

Wagered kid of jokes,

thrown into the garbage of found late mercy,

where thousands of blue swans pray,

where geese eat cows,

is the end of the useless Brazilian era,

when politicians shake their heads deaf and blind,

Is the dreamer black an enchanted toad?

V

I that black I am and dipped in honey,

Where bees succumb in the darkness,

The black dreamer is from Ceará, at the foot of a jambo?

lost in the Redemption of sinners,

in a mystical assortment of ghosts,

Is Redemption Suffering From Wolfs' Litters?

The dreamy black born in the red clay

found naked at the gates of the beyond.

SAW

Dreamy black, and salty popcorn ...

It's a boy without a love for sex,

is a mulatto in the February Chimeras and nothing more ...

Mulatto of the Redemption of pure Fatima without love

Warm redemption of attention ...

Is my mother an angel incarnate at this time?

The love of the dreamer to glimpse the joyful memories,

debaucheries of the stars to guide me to Paradise,

in the sky among so many immortal mothers in bloom.

VII

Black mulatto dreamy,

black who does not care,

black of sleep without health in the bundles of the soul ...

One has never seen a sin in poetry,

poems of a Redemption acclaimed in the kindness,

when you will see old friend that to be black and mulatto

living mulatto of dirty sinners of combs ...

When will you know the truth of this precarious carnival?

When will my friend Michaell feel the glimpse?

VIII

Poor black, dreamy black,

lost and so found in fascination ...

Black mulatto poems to poemar I do not know what sangrias

I realize that it all comes to an end in the heyday of hells,

oh Chimera of Red Dragons of Peace

discontinued in the sun of my negritude?

Come on, it's time to tell the wars of Mars ...

If you finish poetry and the poem, dance orphans of others

Forever in the circle of fire is one love ...

... In the mulatto dream between versus schizophrenia.

For in so many places choose where to go is noble gift ...

God save silent boomer the cheerful merry?

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 02/02/2018
Reeditado em 02/02/2018
Código do texto: T6243261
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