Dias e Noites
Chuva, trovoadas na madrugada
Sem sono, tão insone, tudo insano!
Por dias e dias, por noites e noites
Pensando, lembrando, arrependendo
Do que fez, do que deixou de fazer
Lágrimas, alívio, meio sorriso
Esta vida quando revivida
É qual ferida ainda dolorida
Quando por cima se cicatriza
Mas dentro segue ardendo e lateja
Nessa febre, fervor, em estupor
Vibra a vida, combalida ainda arde!
Num resto de fé, paixão e esperança...
Viver é o vício exigindo mais
Dias e noites, mais meses, mais anos
Apenas pr’a mergulhar na multidão
De novo flertar com as convenções
Abastecendo-se de solidão,
Pr’a preencher madrugadas insones
Pr’a iniciar mais um ciclo insano