PÃO VELHO E RECALCADA

RECALCADA E PÃO VELHO

Na mão esquerda a humildade,

Na direita a confiança.

Seguindo a vida...

Eu vou, por que não?

Nasci nua, orelhuda,

Nos enterros ainda criança carregava a cruz de alguém.

A professora pedia

Tão meiga, tão humilde

Eu gostava, ninguém queria mesmo.

Percebi logo de saída que não sou

Melhor

Nem maior, nem menor que ninguém...

Igual, porém...

Dor.. Injustiça...mesquinhes

Machucar por machucar...

Não falta quem gosta

Sem que nem pra que...

Só pra fazer doer...

Disputar competência

Poder...que poder?

Sigo meu rumo

Durmo o sono dos justos

Com o travesseiro tranquilo da consciência

Cedo ou tarde todos tem sua colheita,

Não vou carregar brasa nas mãos

Para jogar em ninguém

Preciso das minhas mãos leves e limpas

Para colher flores e bem.