Enjaulada na angústia
Não sei
Uma sensação horrível devastando sobre mim
Não consigo sair
Porém nem ouso tentar
Pareço ser forte
Mas é que tende sempre evacuar
O que lhes desperta admiração em mim
É também o que te motivas a me domar
Cá estou
Rendida
Vivo num estado de dopagem
Cadê a complacência?
É, também não sei se preciso mesmo sair daqui
Será mesmo que alienada estou?
Não sei
Só sei que não há nada que me desperta lá fora
Mas aqui dentro é tempestade
Um animal enjaulada
Quando tempestade estou protegida por todos, menos por mim
Queria poder usar das minhas próprias forças e de maneira sábia me salvar
Me salvar de tudo que há!
Mas não existe salvação onde sequer vagarei
Talvez eu já esteja adaptada a permanecer
Penso
Consigo refletir
Mas ainda estou eu bem aqui
Sinto uma necessidade enorme de ta lá fora
De viver o meu instinto a pulsar
Não há forças
Chega
Cansei!
Talvez eu ate fosse mais uma de vocês...
Lá se foi mais um dia
O próximo talvez ainda virá
Olhares me cercando
Mas ninguém me enxergando
Vivi esses anos todos em cárcere
Como eis de me jogar no mundo agora?
Sabe a forma que esse texto te toca?
É como tocam em mim, sem minha permissão
É assim que eu me sinto agora
Um animal encarcerado
Dopado
Terrivelmente machucado.
Resta me sair ou continuar aqui?
Não me reconheço mais