Enjaulada na angústia

Não sei

Uma sensação horrível devastando sobre mim

Não consigo sair

Porém nem ouso tentar

Pareço ser forte

Mas é que tende sempre evacuar

O que lhes desperta admiração em mim

É também o que te motivas a me domar

Cá estou

Rendida

Vivo num estado de dopagem

Cadê a complacência?

É, também não sei se preciso mesmo sair daqui

Será mesmo que alienada estou?

Não sei

Só sei que não há nada que me desperta lá fora

Mas aqui dentro é tempestade

Um animal enjaulada

Quando tempestade estou protegida por todos, menos por mim

Queria poder usar das minhas próprias forças e de maneira sábia me salvar

Me salvar de tudo que há!

Mas não existe salvação onde sequer vagarei

Talvez eu já esteja adaptada a permanecer

Penso

Consigo refletir

Mas ainda estou eu bem aqui

Sinto uma necessidade enorme de ta lá fora

De viver o meu instinto a pulsar

Não há forças

Chega

Cansei!

Talvez eu ate fosse mais uma de vocês...

Lá se foi mais um dia

O próximo talvez ainda virá

Olhares me cercando

Mas ninguém me enxergando

Vivi esses anos todos em cárcere

Como eis de me jogar no mundo agora?

Sabe a forma que esse texto te toca?

É como tocam em mim, sem minha permissão

É assim que eu me sinto agora

Um animal encarcerado

Dopado

Terrivelmente machucado.

Resta me sair ou continuar aqui?

Não me reconheço mais

Roane Muniz
Enviado por Roane Muniz em 29/01/2018
Código do texto: T6239599
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