A VIRGEM E A COROA - IV
Não bastaram os negros da terra
De longe, negros arrebatados
Filhos de outra Virgem distante
Adotados pela Virgem, filhos errantes!
Extraídos do seio da Virgem
Outrora com a pele e cabeça vermelha
O filho armou seu peito de negro
E bradou com toda a grandeza.
O grito denunciava a dor de um povo
Eram amigos que ousavam aprender
Pois através de seu brado vigoroso
Iam à guerra sem se arrepender.
Sem ladainha e com muita coragem
Sua arma era a força sem muita plumagem
Dos braços rijos como a tora
Travavam-se pelejas que a Chaga ignora.
Ardia no peito, como prova de respeito
A dor das batalhas longe do leito,
Todos queriam, à Virgem mostrar
Por Ela, toda a dor, poderiam suportar.
Eu sei, parece lamúria de vencido
Ledo e variado engano
A Virgem ainda guarda para si
Muito mais do que o simples profano.
É exercício vivo,
A Chaga, com o tempo entenderá.
Até hoje, após tantos enganos
A Virgem das cinzas renascerá.
É certo ela ainda não encontrou
Remédios para sua dor.
Um dia, talvez
Quando olhar ao passado
E com ele quiser aprender
Valerá lembrar da Virgem
Que um novo mundo fez florescer!