Sentindo a vida e EU
Sentir a vida como se deve,
amá-la, vê-la em seguida, entregue,
molhá-la de suor, de lágrimas,
dar-lhe um valor, maior que o absurdo
de ser,
Gigantesco e escuro,
como as cores da noite,
doce e querido
como as gomas das nuvens,
nosso paraíso
acima dos cumes,
nosso teto de sonhos,
nossos barquinhos de papel
nossos anjos risonhos, patas e pelos de sobra,
que nos tira um pouco do nosso azedume
que cobra, apenas amor, que nos confunde
quem é a razão e quem é o animal/sem alma?
EU
Eu, onde me encontro,
onde eu sou,
onde eu começo,
onde a minha vida, em recesso,
nasce e se expande,
em suas ondas de vibrar,
em seu micro-universo .. prosear,
a primeva existência,
o ponto de partida,
desta sempre partida,
onde vive a razão,
presa e calada em muitos,
desperta e assustada em poucos,
em EU-poetas, de realismo, ou de confusão,
que voltaram aos seus começos
e aprenderam a serenar,
como o orvalho, a tocar o dedo de terra,
É a cascata que volta
e pergunta aos anjos como molhar,
a evolução, andando para trás,
revisando, reconectando.. à única essência,
escondida nas luzes das cidades
rasgando cartazes de propaganda,
buscando pela pureza da verdade,
de sua beleza
de cores, cheiros, contrastes