As lágrimas de teu rosto (in: Flor em Flama)
Não estranhes, ao chorar, de ver-me sorrir,
Pois não é de contentar-me com lágrimas alheias
Que sorrio eu e sim porque o choro te faz mais bonita.
As pequeninas gotas de líquido cristal
Que te arrolam por sobre a face
São de uma limpidez tal que, só ao ver,
Já me doem os olhos, pois deveras intenso é seu brilho e,
Em vendo-te assim, iluminada e brilhante,
É que sorrio eu tanto.
Pudera eu por teu rosto as mãos correr
Para limpar-te a fronte, enxugar-te as lágrimas,
Consolar-te, enfim...
Assim não mais chorarias,
Não mais te assolaria a tristeza
E serias comigo feliz.
Então, se chorasses ainda,
Se lágrimas ainda vertesses,
Seriam elas de pura alegria e plena felicidade.