Estou cansado de ouvir conselhos,
Meus velhos ouvidos precisam de descanso.
O remanso das marés, o silêncio da Lua,
Apenas o olhar de quem amo,
O que mais sabe me traduzir.
 
Creio em meus erros,
Cada um por si só
É uma lição de vida
Que não precisa de explicação.
 
Há muito tempo sento no mesmo lugar,
Ali paro para pensar,
Sonhar também faz rir,
Vestir o capuz da ilusão
Faz coceiras no coração.
 
Minhas mãos plantam coisas
Que não brotam espontaneamente,
As raízes demoram a surgir,
Em cada flor que brota,
Uma nota de suave perfume importado...
 
Caminho tanto buscando caminhos,
Cruzo pelas ruas, avenidas, vielas,
E aquelas pessoas que atravessam o caminhar
Não parecem me conhecer,
Mas insistem em me dizer,
Como vai,
Como vai você?
 
Não quero esquecer,
Apenas ser o que Deus quiser,
E mesmo assim serei
O último rei dos discursos mudos
Que nada mudam
O mundo dos outros.
 
Conselhos e velhos ditados.
Do lado esquerdo do meu quarto,
Na prateleira azul,
Há um universo que desconheço.

(voltando da terra dos mortos, como sempre...)

 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 27/01/2018
Código do texto: T6237419
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