Pua
Poema de:
Flávio Cavalcante

 
I
Aquele que pisa e fura dolorosamente
Àquele que vibra incessantemente
Aquele que rejeita constantemente
Àquele que ama ardentemente
 
II
A furada do amor é prazerosa,
Quando pontiaguda é dolorosa
Às vezes é uma agulha ramosa
Às vezes é uma ferida recosa
 
III
Não há jardim sem espinho numa rosa
Não há estrada sem mato e pedregulho
Não há borboletas sem ter larva liposa
Só há ascensão se cultivar amor com orgulho
 
IV
A furada sem dor é uma demência
A pua, acúleo, e o mesmo que espinho
A dor com furada produz clemência
Com furo e dor se abre o caminho

 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 24/01/2018
Reeditado em 10/02/2021
Código do texto: T6235364
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