Sou fogo... Sou cinza...
Minha voz emudeceu... Clamo de dor;
Meu corpo adormeceu... Nada sente...
Meus olhos entristeceram... Não choram; mentem...
Meus ouvidos ensurdeceram... Não ouvem meu clamor...
Toda essa insanidade é quase razoável...
E vai tomando posse de meu ser irracional...
Tornando minha dor clarividente... Evidente...
Fazendo-me um ser quase normal... Quase gente...
Sua chama, ardente como brasa... Em chamas...
Que queima em seu próprio combustível... Paixão
No desejo de renascer igual... (In) sensível...
Sou cinza de uma fogueira adormecida
Que teima e querer (re)acender
Por acreditar que nasceu para viver... Insiste.
06/2007.