Sou fogo... Sou cinza...

Minha voz emudeceu... Clamo de dor;

Meu corpo adormeceu... Nada sente...

Meus olhos entristeceram... Não choram; mentem...

Meus ouvidos ensurdeceram... Não ouvem meu clamor...

Toda essa insanidade é quase razoável...

E vai tomando posse de meu ser irracional...

Tornando minha dor clarividente... Evidente...

Fazendo-me um ser quase normal... Quase gente...

Sua chama, ardente como brasa... Em chamas...

Que queima em seu próprio combustível... Paixão

No desejo de renascer igual... (In) sensível...

Sou cinza de uma fogueira adormecida

Que teima e querer (re)acender

Por acreditar que nasceu para viver... Insiste.

06/2007.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 25/08/2007
Reeditado em 15/12/2009
Código do texto: T623519
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