Eu penso
 
Eu penso num rosto cansado
Banhado na água fria do seu olhar
Que bebe a seiva em lágrimas
Na suave brisa que passa
Numa solidão surreal
 
Eu penso num tempo adentro
Lembro do aroma ingênuo da rosa
Com raios sombreados e agrestes
Que deitavam na noite fria e bela
Deixando a penumbra livre
 
Eu penso na noite vazia sobre o mar
Numa relação oculta da paisagem
A alma estremece em silêncio
Deixando a sombra expressa
Numa sentença em oração
 
Eu penso que existe uma tristeza
Na esperança dispersa e frágil
É só o tempo de secar a lágrima
Na palidez suave da sua tez
Que através da fé alimenta o sonho
 
Eu penso na doçura dos seus gestos
No sorriso abstrato dos seus olhos
A chuva molhou o espaço inteiro
Diluindo o caminho em cores
Para iluminar todo o arco-íris
 
Eu penso na força que envolve
Uma realidade vencida
Deixando na ausência o prestígio
Do olhar submisso e quase estéril
Partiu-se a emoção e o encanto eu penso




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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 24/01/2018
Reeditado em 24/12/2018
Código do texto: T6235024
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