Sobre os sonhos. (Em memória de minha mãe).
Borboletas abstratas,
Dançando sobre meu teto.
Sons relaxantes,
Dos mundos dos meus sonhos.
Fecho os olhos,
O cenário muda.
Uma paz gritante se propaga,
Sinto-me leve... posso voar.
Como é bom andar descalço,
Sem sentir o peso da vida nos pés.
Sem a dor da saudade, da distância...
As lembranças parecem arco-íris
Colorindo meus olhos.
Posso ver quem já não está mais ao meu lado,
Posso tocar sua face,
Entender seu riso, seu silêncio.
O corpo parece muito mais leve,
Imune ao peso torturando do mundo que vivo.
Aos olhos lentamente se abrirem,
Esse mundo maravilhoso vai se desfazendo,
Quem já não está mais aqui,
Aos poucos vai se dissipando
Nas nuvens coloridas do sonho.
A paz vai desaparecendo também,
Um pranto escorre,
Esse mundo se perdeu diante da minha realidade,
Sei que voltarei a outros mundos,
A outros tempos,
Encontrarei pessoas
Que já não estão mais aqui,
Mas a realidade sempre será mais forte,
E insistirá em me roubar desse mundo,
Do meu mundo.