Surrealismo

não sei onde eu estava com a cabeça

quando nadei pelos céus de mármore das estrelas

quando me ergui de súbito e mudei

as formas e as órbitas dos planetas

você me disse coisas absurdas

falou em línguas que já não me lembro

pensei estar dentro de um sonho às avessas

de cores bizarras e sons de uma nova frequência

nas frestas do vácuo, o nada absoluto

nas entrelinhas do que sequer foi mencionado

nos termos dum contrato repleto de falhas

pulsava um engano tolo, predestinado

ficamos e fomos, distantes do tempo

presos na liberdade da gravidade zero

e trocamos olhares de puro desencontro

extraditados num deserto estrangeiro.

pedro toscan
Enviado por pedro toscan em 24/01/2018
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