Depressão
Saída exposta pela luz da consciência abalada
Sente em demasia o velho medo dimanar
Então procura a entrada na casa desabitada
Para erroneamente demarcar seu lar
Dignifica qualquer ausência sem demonstrar sua tristeza
As portas fechadas levam à loucura abstrata
Faz então do reflexo a mais pura demonstração da beleza
Para sorrir perante aquela imagem barata
O quarto trancado oferece a calma desejada
As cortinas barram as investidas do ceticismo
Repara que sonha e canta de mãos atadas
O estigma da derrota é o inocente heroísmo
Herda o sofrimento de uma jornada inacabada
Observa o ciclo, que se completa perfeitamente
Julga certo cuspir palavras de forma deliberada
Enquanto abdica-se do medo que há tanto sente, e sente.
(Guilherme Henrique)