LEMBRANÇAS PERFUMADAS
Ecoa entre as paredes do pensamento
tudo aquilo que eu esperava de mim.
Oh, mente assombrada,
(casa de minha infância)
dá-me o quintal de volta, a passarada
atende, ainda sou criança.
Conspira a favor e restitui a inocente verdade,
que me fazia viver entre estrelas e esperança
sorrindo, pura, à distância da maldade,
sob abacateiros e laranjais.
Quero comigo a ingenuidade, o confesso
de rir do palhaço do circo
e aceitar franquia de ingresso
a mim, pueril, um cisco.
Ai, mente endurecida do tempo,
tuas lembranças tão alvas, perfumadas
são flores de laranjeiras que adornam, retempo
os meus picadeiros e portais.
Dalva Molina Mansano