DIAS QUE PASSAM
Encolho-me com medo,
ante o barulho da chuva.
Sozinha, calada,
eu desfio madrugadas
como se fossem rosários.
Olhei, sim, o calendário,
mas o dia vem tão longe...
Não o vejo no horizonte,
sequer atrás da janela.
Não sei o que fazer dela,
desta vida desmedida,
que, às vezes, vai de corrida,
e outras demora a passar.
Melancolia dos galos,
que prenunciam a aurora:
são arautos desvairados,
que nada sabem das horas,
como vejo neste agora
aguardando o amanhã,
que está longe de florir.
. . .
Paulo Miranda
Que nada sabem das horas
os arautos da poesia
contudo, como demoras
deixarei a cama vazia...
Encolho-me com medo,
ante o barulho da chuva.
Sozinha, calada,
eu desfio madrugadas
como se fossem rosários.
Olhei, sim, o calendário,
mas o dia vem tão longe...
Não o vejo no horizonte,
sequer atrás da janela.
Não sei o que fazer dela,
desta vida desmedida,
que, às vezes, vai de corrida,
e outras demora a passar.
Melancolia dos galos,
que prenunciam a aurora:
são arautos desvairados,
que nada sabem das horas,
como vejo neste agora
aguardando o amanhã,
que está longe de florir.
. . .
Paulo Miranda
Que nada sabem das horas
os arautos da poesia
contudo, como demoras
deixarei a cama vazia...