passo adiante

Amei de um passo adiante

e eram as vitrines sob o palco

a assistir a uma peça esquálida,

de sorriso esfaimado

e corpo inválido

Amei de um passo adiante

e eram das marquises, o vento

da vigília da noite, seu canto

e paredes que calejavam das janelas a sorte,

dos trapos, o corte

Amei de um passo adiante

pois eram das calçadas, ilusão

das alegorias das fardas, os brutos,

e caí sobre os pés

de um menino atirado ao chão

E não mais amei de olhar distante,

como jamais imaginara então,

e das celas, dos muros e dos surdos

me refiz dos braços, e fracos,

e jamais amei de amor em vão.

Jeronimo Collares
Enviado por Jeronimo Collares em 21/01/2018
Reeditado em 21/01/2018
Código do texto: T6232005
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