passo adiante
Amei de um passo adiante
e eram as vitrines sob o palco
a assistir a uma peça esquálida,
de sorriso esfaimado
e corpo inválido
Amei de um passo adiante
e eram das marquises, o vento
da vigília da noite, seu canto
e paredes que calejavam das janelas a sorte,
dos trapos, o corte
Amei de um passo adiante
pois eram das calçadas, ilusão
das alegorias das fardas, os brutos,
e caí sobre os pés
de um menino atirado ao chão
E não mais amei de olhar distante,
como jamais imaginara então,
e das celas, dos muros e dos surdos
me refiz dos braços, e fracos,
e jamais amei de amor em vão.