escolho a diáspora

fugir da vida é uma questão de escolha
pois viver fugindo (uma escolha a mais)
traz sacações de uma inédita rolha
e vê o que se abre...: nada demais...

daí destroco a fuga pela paz
e escolho sobreviver numa bolha
instantes antes da partida atrás
desficando pendência em brancas folhas

diáspora às moratórias pendentes!...
e se demora evadir, mete a espora!
mata cada raiz do fico à frente!
fantasma a cidade tão dentro e fora!

não que vai ser agora diferente,
mas expansão/retração das auroras
exige e faz porque se faz urgente
quando mando o desmando das senhoras...

e, nessas repartidas dos inteiros,
espalhadas trilhas falhas!... como o vento
e uma vez talvez acerta um dos tentos
por ser o tento quase verdadeiro

às vezes fica em surto de outro invento
fica e edifica casa pra terceiros
e enquanto aguento raiz de cimento
cravo sete, sete avos derradeiros

diáspora da inércia dos contrários!
fosse partir pra sempre, tudo bem...
contudo, na volta, volta quem vem
e vai de novo por motivos vários

aceito então ficar...sou voluntário
no dever de avisar que mesmo alguém
de fato especial é zé-ninguém
nesse violento mundo arbitrário


25/11/2017