RIO SORRI DE ME VER PASSAR
Se nasce, o rio surge inteiro.
Com ele nascem muitos
fios de poesia na superfície
e nunca deixam sinal
do seu início.
Se passo em busca do começo
do rio nascido na serra
de um lado paro outro
me perco do que descia.
O rio sorri de me ver passar,
alegre brinco no caminho.
O que haverá do lado de lá
dos sorrateiros versos do rio?
Quando salto uma queda já poço,
quando muito é córrego lagoa.
Quando vejo correnteza
tanta água desfila ainda.
Buscar a nascente, seguir para o mar.
Mesmo cristalinas as água se furtam
explicar para tantos fios unidos
do curso a origem ao se calar.
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Baltaza Gonçalves